Fonte: Clica Brasilia e UNB Agencia
Foto: Isabela Lyrio/UnB Agência
A economia solidária, maneira de trabalho na qual patrão e empregado não existem representa uma alternativa promissora para a pobreza. Milhares de empreendimentos que trabalham nessa linha ganham cada vez mais espaço no campo e nas cidades brasileiras.
“É um modo de produção totalmente diferente do capitalista. Não é o monopólio da minoria, é a propriedade coletiva. Todos são sócios necessários e trabalham nos empreendimentos”, afirmou o secretário nacional de Economia Solidária, Paul Singer. Ele participou do seminário Economia Solidária e Desenvolvimento Local, realizado no Auditório Dois Candangos nesta quinta-feira, 25 de junho.
Parceria entre a Secretaria Nacional de Economia Solidária, a UnB e a Fundação Universitária de Brasília (Fubra), o encontro reuniu gestores públicos, estudantes e representantes de cooperativas de todo o Brasil. Durante todo o dia, mulheres e homens organizaram, no hall do auditório, mostra de produtos desenvolvidos nas comunidades.
Singer disse que a pobreza criada pela lógica concentradora capitalista é desnecessária. “Mas não ao modo capitalista. A economia solidária permite que as pessoas se unam, mas sem perseguir o lucro máximo. É capaz de transformar comunidades pobres em prósperas e promover o desenvolvimento”, afirmou.
Francinete da Cruz levou ao seminário uma experiência inusitada desenvolvida em Alcântara, no Maranhão. O Banco Quilombola opera com uma moeda social chamada Guará, que tem o mesmo valor do real. “O banco tem a finalidade de estimular o consumo de bens e serviços produzidos pela comunidade”, explicou. O Guará circula apenas em Alcântara, município com 21,5 mil habitantes.
O projeto cresceu tanto que hoje não só quem pratica a economia solidária utiliza o Guará. "Hoje temos 50 estabelecimentos comerciais que aceitam a moeda social", disse Francinete.
"Na minha vida, muita coisa mudou", contou Jaciara Jesus Sousa, 39 anos, moradora da Vila Dnoc's, em Sobradinho. Ela é uma das participantes do projeto Eu sou comunidade consciente, que produz flores, bordados e chocolate para geração de renda. A dona-de-casa era uma das pessoas reunidas na feirinha que se formou no hall do auditório. "Eu estava desempregada. Geralmente as comunidades carentes são muito descriminadas e o trabalho serve para mostrar que somos capazes de produzir coisas boas", afirmou.
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