sexta-feira, 18 de julho de 2008

AROA e Via Campesina realizarão 1˚ ENCONTRO ESTADUAL DE AGROECOLOGIA DE RONDÔNIA


Várias entidades não governamentais, governamentais e dos movimentos sociais sensibilizados com a necessidade de desenvolver sistemas de produção sustentáveis, resolveram juntar suas ações para fortalecer a produção agroecológica no Estado de Rondônia.

A partir dessas intenções foi instituída a: ARTICULAÇÃO RONDONIENSE DE AGROECOLOGIA – AROA, cuja finalidade é propor, de forma participativa, ações e iniciativas que viabilizem a construção de um cenário para a produção familiar, sob a perspectiva da utilização sustentável dos recursos naturais existentes (Bioma Amazônico), com base na produção agroecológica, no envolvimento e comprometimento dos atores sociais nos processos organizacionais e produtivos. Diante disso, a AROA organiza este evento de abrangência estadual que é o Encontro Estadual de Agroecologia que se realizará entre os dias 31 de julho a 03 de agosto de 2008, no município de Ouro Preto do Oeste/RO. O evento pretende evidenciar a produção de alimentos agroecológicos, já existente, e do artesanato tradicional, através de uma exposição para o público.

Terá como participantes, representando vários segmentos sociais, Agricultores/as Familiares, Extrativistas, Povos Indígenas, Quilombolas, Ribeirinhos, Assentados, Pescadores, além de estudantes e técnicos, sendo um dos critérios, a participação das mulheres.

Uma das atividades é o Festival das Sementes Crioulas, objetivando a divulgação desta tecnologia popular, além de resgatar e valorizar a biodiversidade da região.

À noite os participante do Encontro e o público em geral desfrutarão de uma variada agenda cultural com musica, filmes, exposições, comidas típicas.

O principal objetivo da AROA é o fortalecimento do sistema de produção familiar e tradicional, com base na agricultura agroecológica e o Encontro Estadual de Agroecologia de Rondônia virá de encontro a este objetivo, disseminando informações e ações no Estado.


Fonte: Projeto Pe. Ezequiel

quinta-feira, 17 de julho de 2008

MTE e Funai estudam Acordo de Cooperação Técnica

André Figueiredo, secretário-executivo, recebeu a proposta do presidente interino da Fundação Nacional do Índio

Foto: Renato Alves


Cooperação Técnica

Secretário-executivo, André Figueiredo (centro), em audiência com a equipe da Funai



Um grupo que vem conquistando cada vez mais espaço nos programas de Políticas Públicas do Governo Federal é o formado por etnias indígenas. O fomento ao etnodesenvolvimento é pauta freqüente de discussão, tanto que o secretário-executivo do Ministério do Trabalho e Emprego, André Figueiredo, recebeu do presidente interino da Fundação Nacional do Índio (Funai), Aloysio Guapindaia, a proposta de um Acordo de Cooperação Técnica. O encontro aconteceu na tarde desta quarta-feira.

Com a ratificação do Acordo, os dois órgãos assumirão o compromisso de cooperarem mutuamente em ações de programas implementados pelo MTE que atendam aos povos indígenas. Sendo que as ações conjuntas deverão orientar-se ao etnodesenvolvimento; à inclusão econômica das comunidades indígenas (com ênfase no respeito a sócio diversidade brasileira e a sustentabilidade nos seus aspectos econômico, social, ambiental e cultural); à educação e capacitação; bem como à inclusão social de jovens e mulheres.

Importante ressaltar que atualmente a Funai já é parceira do MTE em projetos importantes como o Consórcio Social da Juventude Indígena do Xingu e o Projeto Brasil Local voltado à comunidades indígenas.

Consórcio Social da Juventude Indígena - Firmado em 2007 com o Instituto Raoni, o Consórcio visa proporcionar a capacitação de mil jovens indígenas - entre 16 e 24 anos - em diversos arcos ocupacionais, tais como: pesca e piscicultura, produção de audiovisual e comunicação, agroextrativismo, joalheria, artesanato e vestuário, brigadista de incêndio e agente ambiental.

A iniciativa abrangerá a região do Xingu, estados do Mato Grosso e do Pará, municípios de Colíder (MT), Alta Floresta (PA) e Territórios da União (Parques Nacionais Indígenas). Este território é superior a 8 milhões de quilômetros quadrados, o que equivale à área territorial da França e da Bélgica juntas.

Brasil Local - Outro programa desenvolvido pelo Ministério do Trabalho e Emprego, por meio da Secretaria de Economia Solidária (Senaes), é o Brasil Local. Com um trabalho que tem por objetivo a estruturação de cadeias produtivas geradoras de emprego e renda, ele conta com a participação de índios locais como agentes de fomento nas comunidades.

Ao todo já são 14 agentes presentes em quatro estados brasileiros: Amazonas (Região do Alto Solimões), Roraima, Espírito Santo e Bahia. Em Rondônia, o projeto também desenvolve ações em comunidades indígenas, no entanto nestes territórios étnicos o trabalho é desenvolvido por agentes não indígenas.

O principal foco é criar na comunidade formas de auto-sustentabilidade através da constituição de empreendimentos autogestionários com destaque para produção artesanal e agroextravista.

Assessoria de Imprensa do MTE
(61) 3317 - 6537/2430 - acs@mte.gov.br

Veja no site MTE Acordo de Cooperação

Roda de Conversa na Rede Mocambos

Relato da conversa:

O objetivo desta rodada de conversas sobre políticas públicas foi fazer um primeiro levantamento da realidade das comunidades e povos, traçar estratégias, fazer discussão em grupos menores, construir instrumentos, elaborar propostas e reivindicações a serem apresentadas para os gestores públicos que estarão aqui num primeiro momento e após compor o documento geral do I Encontro Nacional da Rede Mocambos.

Assim durante a manha compartilhamos todos juntos a roda e chegamos a alguns eixos e propostas para serem aprofundadas em grupos de trabalho durante a tarde.

o que é a rede mocambos


Políticas Públicas:

As diversas falas versam sobre as várias frentes, segmentos das políticas públicas; existe a necessidade de priorizar e ver as diversidades regionais dos espaços urbanos e rurais.

O Estado não nos defende: o governo não sabe quem somos, não conhece a nossa cultura e portanto nossas necessidades, mesmo quando temos uma Secretaria Especial de Políticas para Igualdade Racial.

É necessário que a Comissão de Povos e Comunidades Tradicionais dialogue com os legítimos representantes, principalmente de comunidades de terreiro.

Como a política se adéqua a nossa realidade?

Destacamos os seguintes eixos:

Território:

- Garantir o acesso e a permanência.

- O titulo sai para associação já constituída, este critério não é adequado para nossa realidade, espera para sair o título é de 5 anos, mesmo com tudo legalizado.

Educação:

- Nas comunidades tem que envolver pessoas da comunidade, pensar em educação á distância, utilizar a rede, a internet;

- Os griôs e os mestres de capoeira precisam ser reconhecidos e terem autorização para darem aula.

- Tem bolsa para tudo, menos para os negros e quilombolas.

- Não podemos permanecer objeto de estudo, a academia tem que repensar seu papel.

Movimento Quilombola:

Religião de Matriz Africana:

- O estado se diz laico, mas enquanto a pastoral recebe recursos e as igrejas têm privilégios, os terreiros estão sendo fechados e as religiões perseguidas.

- A comunidades africanas tem o direito de receber os recursos públicos assim como as das demais religiões.

- Esta em discussão no Supremo Tribunal Federal as cotas, tem ação dos ruralistas contra a política dos povos e comunidades tradicionais.


Desenvolvimento Organizacional:

Tecnologia da Informação e Comunicação:

- Precisamos ter direito ao acesso á comunicação e informação, conectar nossas comunidades, os terreiros.

Comissão Nacional de Povos e Comunidades Tradicionais:

-Quem são os povos e comunidades tradicionais? Os mais visíveis são os indígenas e quilombolas, os demais não tem visibilidade.

-Discutir o Marco Legal para os povos, comunidades, grupos, extrapolar os debates dos editais para discutir a política.

-Sobre a pesquisa Nacional de Povos e Comunidades Tradicionais o governo não sabe quem somos, temos que discutir a categoria de Povos e Comunidades Tradicionais. Esta pesquisa esta em fase de planejamento, a proposta é que se tenha a participação destas pessoas não somente o pesquisador.

Cultura:

-Fazer audiência pública sobre os Povos e Comunidades Tradicionais em todos os estados.

-Oficinas nos estados ou regionais sobre a Política Nacional de Povos e Comunidades Tradicionais

-Participação de membros das comunidades na Pesquisa Nacional de Povos e Comunidades Tradicionais

-Nova cartografia social do Brasil

-Criação de assessoria jurídica ágil e prática de apoio ao preso e a família que ficam esquecidos.

-Projeto de oficinas para a população carcerária com o movimento HIP HOP

-Construir Marco legal para regularização dos territórios. Discutir o Marco Legal para os povos, comunidades, grupos, extrapolar os debates dos editais para discutir a politica.

-Organizar nossa participação no Fórum Nacional de Política Nacional de Igualdade Racial

-Fazer levantamento das comunidades qua ainda não foram beneficiadas pelas tecnologias da informação e comunicação.


Encaminhamentos

Esses eixos e propostas são o chão comum de partida para os grupos de trabalho, que por sua vez terão a liberdade de criar seu próprio caminho, propondo outras questões.

Os trabalhos da manha foram encerrados com o chamado do almoço, todos juntos compartilhamos uma comida muito gostosa!!.



Fonte: Rede Mocambos

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Nova Lei do Cooperativismo em pauta

Fonte: Relato de Luigi Verardo (Coordenação Executiva do FBES)

O presidente Lula assinou no último dia 04 de julho, proposta a ser enviada ao Congresso Nacional para a aprovação da nova Lei do Cooperativismo. Na cerimônia realizada no Palácio do Planalto estiveram presentes o ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel, a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, o ministro da Secretaria Geral da Presidência da República, Luiz Dulci, e representantes de movimentos sociais e entidades. Dentre eles, estava o Fórum Brasileiro de Economia Solidária e representações de entidades que compõe a coordenação nacional do FBES como: Anteag, Unicafes, Unisol e Concrab.

Decorrente de um processo de negociação das organizações sociais com o Governo Federal o Governo apresenta proposta que atualiza a lei geral, tornando-a mais agil e enxuta. Além da de lei geral do cooperativismo, a proposta também trata do ato cooperativo e das regulamentações tributárias. Contudo, pela tramitação a material será apreciada pelo relator da proposta legislativa sobre o tema, que tramita na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado.

Dentre outras coisas as novas medidas apontam:

a) maior liberdade de representação: fim o monopólio de representação (unicidade);

b) as cooperativas poderão se registrar em cartório e, para efeitos estatísticos e de informação, na Junta Comercial;

c) diminuirá o número mínimo de 20 para 7 membros cooperados;

d) o estado não deve interferir na constituição e tampouco na gestão das cooperativas;

e) maior liberdade na elaboração dos estatutos;

f) simplifica a convocação e fortalece as assembléias gerais;

g) o fundo de Assistência Técnica, Educacional e Social (Fates) poderá ser capitalizado: ele poderá se tornar capital social a critério da assembléia geral;

h) preve a criação do Conselho Nacional do Cooperativismo - com paridade entre governos e sociedade, além de ter caráter consultivo.


Fonte: FBES

Carta de Santa Maria

Fonte: Comissão de elaboração da Carta de Santa Maria 2008

Há 15 anos a cidade de Santa Maria, Coração do Rio Grande do Sul/Brasil, acolhe empreendimentos solidários, entidades parceiras, movimentos populares, no maior evento do cooperativismo alternativo do Rio Grande do Sul e do Brasil. Trata-se de um processo inovador que tem como características a valorização dos saberes e práticas das populações empobrecidas, o trabalho em mutirão, o respeito às diversidades, a rede de parcerias, o cuidado com o meio ambiente, o protagonismo de grupos solidários desde o seu processo desde a preparação até a sua realização. Iniciada em 1994, em meio às dificuldades e desafios da época, a Feira foi se firmando como processo, ultrapassando as fronteiras de um simples evento. “A semente jogada à beira do caminho deu muitos frutos”.

Assim é a história das Feiras de Santa Maria – uma semente pequena, plantada e cultivada por muitas mãos. Semente que deu frutos e tornou-se sementeira de outras alternativas solidárias em vários estados e países. Ao longo desses anos a Feira se constituiu como espaço de formação, troca de experiências, intercâmbio, articulação e estímulo ao comércio justo e consumo solidário, tendo como fio condutor os princípios da organização, cooperação e solidariedade. Nos últimos quatro anos, a Feira foi assumida como compromisso do Mercosul, com vistas ao fortalecimento do trabalho em redes e da integração entre os diferentes países na luta por um outro modelo de desenvolvimento solidário e sustentável e construção de uma sociedade socialmente justa, economicamente viável, ambientalmente sadia, organizadamente solidária e cooperativada, politicamente democrática.

No ano em que a cidade de Santa Maria completa 150 anos, participaram da 15ª Feira, 750 empreendimentos expositores e 150 empreendimentos visitantes, 250 entidades apoiadoras, 400 municípios, 27 estados, 25 países, diversas universidades e dioceses. A programação da Feira contou com 12 seminários temáticos: Seminário Nacional da Comercialização Solidária e Políticas Públicas; Seminário Estadual da UNICAFES do Rio Grande do Sul; Seminário Nacional do Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária (SUASA); Seminário Internacional de Economia Solidária e Comércio Justo; Seminário Internacional: Exclusão, Desenvolvimento Solidário e Sustentável; Seminário Internacional da Reforma Urbana, Economia Solidária e Políticas Públicas; Seminário Internacional Mobilizador e Preparatório ao Fórum Social Mundial (FSM); Seminário Internacional da Cáritas Latino Americana; Seminário Nacional dos Catadores/as; Seminário Nacional de Reconversão do Tabaco: “Por um mundo sem tabaco”; Seminário Internacional das Lutas do Campo; Seminário Nacional: Trocas Solidárias e Consumo Consciente.

Também destaca-se na programação destaca-se a 4ª Caminhada Internacional e Ecumênica Pela Paz, o 3º Levante da Juventude - 25 anos da Juventude Rural (PJR/RS), 8ª Mostra Permanente da Biodiversidade, Lançamento do Banco das Sementes Crioulas Comunitárias da Região Central – Chico Mendes e 3º Show Sepé Tiarajú e os Povos Guaranis. Todos esses eventos foram mediados por artistas da caminhada totalizando 25 apresentações culturais no palco central da Feira que se transformou num território festivo da solidariedade, da globalização da esperança e da justiça, para “UM OUTRO MUNDO POSSÍVEL”.

O espaço sagrado do Centro de Referência de Economia Solidária Dom Ivo Lorscheiter acolheu, no período de 11 a 13 de julho de 2008, a realização da 15a. FEICOOP. Sob a coordenação da Diocese de Santa Maria - Projeto Esperança/Cooesperança, Prefeitura Municipal de Santa Maria, e Cáritas, com mais de 60 comissões de trabalho, articulou dezenas de atores: empreendimentos solidários, fóruns de economia solidária, organizações de assessoria e fomento, movimentos sociais populares, universidades, governo municipal e federal, entre outros. Neste território sagrado - porque nasceu da luta, da organização, do apoio, da parceria e da participação de muitos atores -, combinou-se a comercialização com o esforço de elaboração de um projeto sócio-político popular. Tornou-se um espaço inclusivo de trocas de bens produzidos solidariamente e serviços essenciais ao bem viver do povo, integrando os(as) trabalhadores(as) do meio rural e urbano, diversos povos e etnias, valorizando relações igualitárias de gênero. Neste processo integrado e integrador destacaram-se, mais uma vez, as trocas culturais, políticas e de saberes populares e acadêmicos oportunizando, a todos os envolvidos, uma experiência aprendente e ensinante.

A Feira incidiu efetivamente na conquista de recursos públicos afirmando caminhos para consolidação de políticas públicas estruturantes para os(as) trabalhadores(as). Desta maneira, saímos daqui fortalecidos(as), mais preparados(as) para articular a construção da existência, aqui e agora, com um projeto político de desenvolvimento solidário e sustentável, e assim contribuir na transformação da realidade global enfrentando a lógica do capitalismo. Como resposta ao modelo capitalista - que torna a vida e os bens essenciais em mercadoria e objeto de lucro -, a Feira contrapõe-se à lógica dominante e fortalece a luta em favor dos Patrimônios da Humanidade: a Terra, a Água, a Semente, o Ar, que, juntamente com o Fogo, são a energia e a vitalidade do Planeta Terra a serviço da Vida e da Esperança dos Povos. O cuidado com a água, a distribuição justa da terra, o resgate da Semente Crioula, o cuidado com o Meio Ambiente, fortalecem a Vida, o Planeta Terra e a Segurança Alimentar Nutricional Sustentável, para que os “Povos tenham Vida em abundância”.

A construção processual e realização participativa da 15a Feira Estadual do Cooperativismo e eventos que se congregam são fios que integram a rede do Fórum Social Mundial, cuja metodologia participativa, autogestionária, interativa e transformadora inspirou a dinâmica da Feira, constituindo, pela sua dinâmica e resultado, um rico espaço de formação integral. Fortalecem-se, deste modo, as Redes de articulação da América Latina com outros continentes na difusão de um projeto de emancipação dos setores excluídos, os descartados pelo mercado capitalista, na perspectiva de “UM OUTRO MUNDO POSSÍVEL” e de “UMA OUTRA ECONOMIA QUE ACONTECE”.

Em síntese, o diferencial que caracteriza a 15a FEICOOP aparece, entre outros, nos seguintes elementos: a) sua forma de organização integrada, articuladora e interativa; b) a sintonia com o Programa Nacional de Feiras de Economia Solidária; c) a prática do mutirão permanente; d) a força das Comissões na construção e realização da Feira; e) a presença e apoio das parcerias; f) a sua amplidão Cultural; g) a valorização da Formação; h) a sintonia da cidade de Santa Maria em torno do Evento; i) a ausência do cigarro, refrigerante e bebida alcoólica; j) a água, como um Patrimônio da Humanidade, não é comercializada; l) a integração das etnias, dos Países e dos Continentes; m) a presença das diferentes idades (crianças, jovens, adultos e pessoas da 3ª idade); n) o clima de PAZ, Segurança e Integração; o) a participação dos Movimentos Sociais e Pastorais Sociais; p) o apoio da Imprensa.

Como resultado dos debates desenvolvidos durante a Feira, nós participantes assumimos os seguintes compromissos: - Organização dos empreendimentos que compõem as redes da União Nacional das Cooperativas da Agricultura Familiar e Economia Solidária-UNICAFES e União e Solidariedade das Cooperativas Empreendimentos de Economia Solidária do Brasil-UNISOL; - Criação de mais incentivos aos empreendimentos para inclusão das cooperativas e dos empreendimentos no processo da economia solidária; - Luta pela extinção dos tributos (CNPJ) para o cooperativismo passando a contribuição para o imposto de pessoa física; - Adequação da legislação cooperativista às necessidades atuais das cooperativas da agricultura familiar; - Convocação dos municípios a participarem do SUASA (Sistema Unificado de Atenção a Sanidade Agropecuária); - Adesão dos movimentos sociais aos programas de garantias de direitos dentro da proposta do SUASA; - Controle de qualidade dos produtos; - Conhecimento e divulgação da legislação 2007-2010 da SUASA; - Busca, através da educação, de caminhos para transformar a realidade e construir cidadania em um espaço onde todos(as) tenham oportunidades de direitos; - Implantação uma economia feminista onde a mulher tenha reconhecimento de sua força de produção e que seu trabalho seja reconhecido como parte integral da economia; - Igualdade de direitos sem distinção de gênero e raça; - Incentivo à formação e à capacitação de lideranças afro-descendentes para que possam atuar nas diferentes políticas públicas; - Desenvolvimento da economia solidária com a comunidade negra garantindo-lhes uma produtividade geradora de inclusão e sustentabilidade; - Reforma agrária como garantia para vida no campo; - Direito à educação do povo indígena; - Que as Feiras de Economia Solidária sejam um exemplo de coleta seletiva e consumo consciente de produtos descartáveis; - Divulgação nas Feiras de Economia Solidária da riqueza do material descartado pelo excesso de consumo; - Educação Ambiental como instrumento de conscientização para um mundo sustentável; - Incentivo de práticas que consolidem um modelo econômico e social focalizado em redes de relações comunitárias; - Proposição de políticas públicas que busquem o desenvolvimento e o fortalecimento de um mundo mais justo e solidário; - Garantia do controle social das políticas públicas incluindo a garantia dos direitos aos trabalhadores; - Preservação da forma cultural de cada país nas relações comerciais internacionais; - Defesa do maior acesso à diversidade alimentar pelos povos; - Agroecologia para fortalecer a alimentação sustentável; - Combate à produção dos transgênicos e ao monopólio dos grandes mercados; - Combate à pressão da mídia em relação à alimentação infantil sem qualidade; - Restrição da posse de terra para os estrangeiros; - Elaboração de políticas públicas de acordo com a economia solidária; - Rompimento com a visão ingênua da realidade (conformismo e pobreza); - Desenvolvimento de programas habitacionais que evitem o retorno às áreas de ocupação; - Rompimento do monopólio da Universidade como produtora de conhecimento (este deve ser uma co-produção através do mutualismo sociedade e universidade). - Formação e capacitação dos empreendimentos para melhor compreensão do modelo neoliberal.

- Incentivo à diversificação da agricultura familiar na cultura de alimentos; - Aumento do número de famílias atendidas pelo Programa Nacional de Reconversão ao Tabaco; - Ampliação da utilização dos produtos orgânicos como alternativa à cultura do tabaco; - Priorização da produção, consumo e comercialização, de acordo com as diferentes culturas regionais; - Resgate de heranças tradicionais através das sementes crioulas; - Integração dos diversos movimentos sociais; - Defesa da juventude como sujeito de direitos, com força, voz e vez nas políticas públicas nacionais; - Construção de um projeto popular para o Brasil, onde a juventude seja protagonista junto com os movimentos sociais organizados. - Divulgação nacional e regional da idéia de trocas com uso de moeda social.

Estes são compromissos da 15ª Feira Estadual de Cooperativismo de Santa Maria para a Economia Solidária e para o 8º Fórum Social Mundial que se realizará de 27 de janeiro a 1° de fevereiro na cidade de Belém, onde esta deixará de ser a capital do Pará para se tornar o centro de toda a Pan-Amazônia e do Mundo. Durante seis dias, Belém, a capital do Pará, no Brasil, assumirá o posto de centro de toda a região para abrigar o maior evento altermundista da atualidade que reunirá ativistas de mais 150 países, em um processo permanente de mobilização, articulação e busca de alternativas por um outro mundo possível, livre da política neoliberal e de todas as formas de imperialismo.

Muito mais de um território para abrigar o FSM a Amazônia, representada por seus povos, movimentos sociais e organizações, será protagonista no processo e terá a oportunidade de fazer ecoar mundialmente suas lutas, além de tecer alianças continentais e planetárias. O FSM 2009 Amazônia será guiado por três diretrizes estratégicas: ser efetivamente um espaço onde se constroem alianças que fortalecem propostas de ação e formulação de alternativas; ser hegemonizado pelas atividades autogestionadas; e possuir um claro acento pan-amazônico.
Por fim, sintonizamos com o sonho e a bênção de Dom Ivo Lorscheiter, o Profeta e Gigante da Esperança e Cidadão do Mundo, que teve um papel fundamental na atual Feira que fortalece o trabalho, a mística, a organização popular e as políticas públicas. E sigamos o seu apelo: “VÁ E ENVOLVA O MUNDO NA ESPERANÇA”!

Neste espírito convidamos todas e todos para a 16ª. FEICOOP que será realizada nos dias 10 a 12 de julho de 2009.

Santa Maria 13 de julho de 2008.
A Carta também está disponível AQUI

domingo, 13 de julho de 2008

Encerra hoje a maior Feira de Cooperativismo e Economia Solidária do Mercosul

Foto: Zero Hora

Encerra neste domingo (13/07), o maior evento de Economia Solidária do Mercosul. Foram três dias de discussões e debates sobre desenvolvimento, comercialização, consumo e outras questões importantes, envolvendo organizações populares, associações, cooperativas, empreendimentos solidários do meio urbano e rural e gestores públicos.

É a primeira vez que haverá participantes de todos os Estados Brasileiros. — Em 1994, quando a feira começou, participaram três Estados. No ano passado, 21. Agora teremos todos — comemora Irmã Dill. Houveram também representantes de 30 países, dos cinco continentes.

Um painel com 1,6 mil fotos da feira serviu de fundo para as apresentações.

Não foram vendidas bebida de álcool nem refrigerante. Além disso, a água, por ser considerada bem universal, foi distribuída gratuitamente aos visitantes.

Espacio Mercosul Solidario em Santa Maria/RS

Brasil y Argentina discuten Comercio Justo

En la Feria de Economia Solidaria del Mercosur (Santa Maria Brasil), dialogaron los dos mayores países del Mercosur, fue este sábado en el Seminario Internacional de Economía Solidaria y Comercio Justo. Representantes de Economía Solidaria de Brasil y Argentina discutieron caminos y políticas públicas para el comercio de América Latina a través de debates y exposiciones que tuvieron lugar desde las 9 hasta la 17 hs. Más de 150 personas participaron del Seminario.

Representando a Brasil estaban Roberto Marinho, Director de Estudios y Divulgación de la Secretaría Nacional de Economía Solidaria (Senaes), Vital Filho, Director de Fomento al Cooperativismo de la Secretaría de Desarrollo Territorial, Luciana Farreto representando al Ministerio de Desarrollo Social y Combate al Hambre, además, mediando la mesa estaba Haroldo Mendonça Coordinador general de Comércio Justo y Crédito de la Senaes. Por el lado argentino estuvieron Oscar Minteguí, Director Estatal de Economía Social y Desarrollo Local del Ministerio de Desarrollo Social de Buenos Aires.

El objetivo del seminário fue presentar propuestas de los dos países para un comercio justo a través del diálogo entre Estado y sociedad. "Queremos convergir recursos para complementar el trabajo de la economía solidaria entre Brasil y Argentina". Uno de ellos fue el minero Armando dos Santos, que vino desde Juiz de Fora. "Llegué hasta aquí para llevar los ejemplos hasta mi ciudad, participar de este diálogo y obtener conocimiento de caso", dijo él que es parte del Foro Minero de Economía Solidaria.

Seminario discute la crisis mundial de alimentos

La intensidad de los debates, el intercambio y la constitución de una outra economia posible se sigue sucediendo en la Feria de Economía Solidaria del Mercosur (Santa María, Brasil). El Seminario Internacional de Seguridad Alimentaria y Nutricional se realizó durante este sábado (12). Las discusiones del evento giraron en torno a la crisis mundial de los alimentos. Participantes de varios países asistieron a las conferencias de João Pedro Stédile (Vía Campesina), Yves Cabannes (ONU), Írio Conti (Red Internacional por el Derecho Humano a la Alimentación), Regina Miranda (Consejo Nacional de Seguridad Alimentaria - Consea) y Silvio Porto (Compañía Nacional de Abastecimiento - Conab).

Por la mañana, fueron abordados los motivos que llevaron a la actual crisis. Según el Coordinador del panel, Altair Pozzebon, representante de Cáritas (RS), uno de los principales motivos para el colapso del sector, es el mal uso de las inversiones públicas en el área de alimentación: "Falta inversión en la agricultura familiar. Hoy, 80% de los alimentos consumidos viene de pequeñas propiedades. Son otorgados subsidios a la exportación y muchos de los alimentos vendidos para afuera acaban no alimentando a las personas, y sí a animales", declara. Otro factor citado por Pozzebon fue el desarrollo de las monoculturas, como tabaco y celuloide, por ejemplo.

La crisis mundial de los alimentos generó inflación en Brasil con aumento de los precios en la canasta familiar. Y no todos los motivos son locales. Como la crisis tiene proporción internacional, algunos factores externos tienen repercusión en el bolsillo del consumidor. Este es el pensamiento del director de la Conab, Silvio Porto. Que declara que la agro-energía producida en Estados Unidos, caso del etanol hecho a partir de maíz, es un agravante en la disminución del stok de este cereal.

En la opinión de Porto, las elecciones norteamericanas no deben presentar novedades en este sentido: "Mismo con la señalización de uno de los candidatos a la presidencia de los EUA, de abrir el mercado para el etanol brasileño (producido a partir de la caña de ázucar), no creo que eso ocurrra en la práctica", afirma Porto.

La discusión sobre la crisis mundial de los alimentos fue cerrada por la tarde, abordando las realidades y perspectivas de la crisis.

Feira de Economia Solidaria del Mercosul abre espacio para discutir educación y desarrollo solidario

Educación, cultura indígena y la disparidad entre ricos y pobres fueron los temas que orientaron el Seminario Internacional de Exclusión, Desarrollo Solidario y Sustentable. El encuentro ocurrió en la mañana de este sábado (12), en las instalaciones del Parque de la Medianeira, en el marco de la Feria de Economía Solidaria que tiene lugar hasta el domingo 13, en Santa María, Brasil. El Seminario reunió educadores y representantes de movimientos sociales y grupos indígenas.

La educadora y psicóloga argentina, Maria Benites, participó de la actividad para hablar sobre el papel de la escuela en la formación del ciudadano. Ella inició su presentación preguntando "qué es lo que se aprende en las aulas?". María afirma que hoy en dia las escuelas siguen la lógica capitalista y se convirtieron en grandes fábricas de enseñanza. "Las escuelas no socializan a nadie. Él alumnos es obligado a permanecer sentado y apático en el aula, donde informaciones, aparentemente sin sentido, son reveladas para él", evalúa María. Ella dice también que en los países en desarrollo, como Brasil, la situación es peor, ya que los profesores ganan malos salarios y trabajan en condiciones insalubres. La educadora propone una nueva forma de educación, en la que exista más interacción entre profesor y alumno.

En el seminário las cuestiones indígenas también ganaron espacio con la presentación del indio Kaigang Augusto Oper. Él habló sobre la preservación y respeto a la cultura indígena. Oper dice que los índios no deben ser considerados un pueblo salvaje. El representante de la tribu Kaigang explico que los indios son marginalizados y no son respetados en las grandes ciudades. Por esto Brasil necesita de políticas públicas más consistentes para que los indios puedan preservar sus hábitos.

Al final del encuentro, fueron abordadas cuestiones relativas al papel de la mujer en la sociedad y la mala distribución de renta. Para referirse a estos asuntos, la representante de la Marcha Mundial de las Mujeres, Marilize Fronse, y el miembro de Cáritas Brasil, Luís Cláudio da Silva, hicieron sus presentaciones. Ellos agradecieron la oportunidad abierta para el dialogo y remarcaron que espacios de discusión son enriquecedores, porque permiten que la sociedad encuentre soluciones para sus problemas.

Visitantes de la Feria de Economia Solidaria del Mercosur pueden intercambiar semillas

La 4ª Feria de Economía Solidaria (Santa María, Brasil) es sede también de la 8° Muestra Permanente de Biodiversidad. Aquí el Banco de Germoplasma ofrece, desde el pasado viernes, diferentes tipo de semillas cultivadas por integrantes del Movimiento Sin Tierra (MST), grupo que lucha por la reforma agraria en todo Brasil.

Esta es la cuarta vez que el Movimiento participa de la Feria. Según el técnico de la Cooperativa Prestadora de Servicios Técnicos (Cooptec), Rodrigo Cidade, que participa de la organización de la Feria, el stand sirve para mostrar la producción de los asentados, estos son los grupos que han conquistado tierras, que conformaban latifúndios, como espacios de comunidades rurales que alimentan a un sin número de famílias. .

Rodrigo explica que la comercialización de la semilla está basada en el sistema de intercambio. Esto significa que al retirar una determinada cantidad de semillas, el visitante deberá devolver la misma cantidad. Las semillas deben ser devueltas en la sede de la Cooptec, ubicada en la localidad de Tupanciretá, próxima a Santa María.

Caminata por la Paz reunió más de 2 mil personas

Cerca de 2 mil personas, según la Brigada Militar, participaron de la 4ª Caminata Ecuménica e Internacional por la Paz, en la tarde de este viernes (11). La actividad es parte de la programación de la 4ª Feria de Economía Solidaria del Mercosur, 15ª Feria Estatal del Cooperativismo (Feicoop), 7ª Feria Nacional de Economía Solidaria y 4º Seminario Latino-americano de Economía Solidaria.

Diversas entidades, movimientos y escuelas participaron de la caminata que partió a las 14 hs de la Plaza central Saldanha Marinho rumbo a la sede de la Feria, en el Centro de Referencia de Economía Solidaria. La alumna de la escuela Providencia, Gisele Brasil, 12 años, cree que vale la pena participar de manifestaciones como esta: "Así mostramos que tenemos que luchar por el bien de todo el universo para que prevalezca la armonía y la paz entre los pueblos", evalúa.

Conforme com la organización de la caminata, Rosa Pinto Guidolin, de la Coordinación del Movimiento por la Paz, el objetivo de la actividad es unir toda la comunidad por una necesidad urgente que es la paz.Caminata de la Paz reunió más de 2 mil personas

Fuente: Geraldine Maurutto Casuccio
Assessoria de Imprensa

Veja a notícia original AQUI

Notícias da Rede

As tendas estão armadas, a casa está arrumada e o som dos tambores está soando por todos os cantos.

Mas a correria ainda não pára, a galera da produção do encontro ainda está a todo vapor, finalizando os últimos detalhes para que o encontro cumpra todos os seus objetivos.

Muita gente já chegou por aqui e esperamos muitas mais... Vem gente do Norte como a galera da Arqmo, Santo Antonio, Comunidade de Jesus, Arcorjuve, MHHOB,Wai Wai, Porto Rolim...gente do Nordeste lá do Leão Coroado, Xámba, Pankararu, Terreiro Cultural, Tupinambá...gente do Sul como Chibarro e Afro-Sul Odomodê...galera do Centro-Oeste da Invenção Brasileira, Mukando Kandaongo e a galera aqui do Sudeste, o pessoal do Vale do Ribeira, Canto de Campina, quilombo do Campinho e quilombo Linharinho e muito mais.

Pessoas de todos os cantos do Brasil, e mais os Africanos de Moçambique e os Candomberos do Uruguai.

Todos em uma só sintonia, de aprendermos uns com os outros, de fazer um mundo mais do nosso jeito.

A Palavra de ordem do encontro é TROCA! Portanto vamos juntos trocar vivências e propor as articulações para construir a nossa Rede Mocambos!.

Entra na Roda...

Fonte: Portal Mocambos

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A Economia Solidária acontece de diversas formas

Formas de fazer Economia Solidária

Na economia solidáira, muitas são as formas e ferramentas utilizadas para fazer da prática de produção, comercialização e consumo um novo jeito de promover e democratizar o desenvolvimento.

1 - Empresas Autogestionárias

Empresas autogestionárias são empresas que passaram a ser autogeridas pelos próprios trabalhadores, normalmente, após os antigos donos terem decretado falência. Neste caso, a nova administração passa à ser constituída pelos próprios empregados, organizados em sociedade cooperativa ou análoga.

A autogestão, em contraposição à gestão heterônoma (capitalista), distribui a renda gerada pela atividade empresarial de maneira aproximadamente igualitária entre todos que a realizam, em lugar de concentrar grande parte dela nas mãos dos proprietários do capital. Da mesma forma, a autogestão distribui o conhecimento e a competência gerencial entre todos que integram a sociedade, que possui e opera a firma, em vez de concentrá-los numa delgada camada de diretores e dirigentes. Em outras palavras, a autogestão torna a atividade econômica mais democrática e – à medida que se difunde – torna a sociedade inclusiva também mais democrática. Ou menos desigual e plutocrática do que seria se todos empreendimentos fossem dominados e explorados por uma pequena minoria proprietária da maior parte do capital. (Fonte: Artigo de Paul Singer)

2 - Finanças solidárias

São novos tratamentos da temática da poupança, novas finalidades para ela. São novos tramentos das opções de investimento, novos tratamentos para o problema dos riscos do crédito, e, portanto para o desenvolvimento de formas de garantir operações de financiamento, que permitam aos pobres acessar os recursos disponíveis para alavancar novos padrões de desenvolvimento humano.

Trata-se de resgatar a moeda como ferramenta de convivialidade e não como mecanismo de espoliação. Tais são alguns dos desafios para um sistema de finanças solidárias.

Dentre os tipos das organizações de finanças solidárias, deste modo, podemos citar:

a. cooperativismo de crédito;
b. organizações de microcrédito e microfinanças;
c. bancos comunais;
d. fundos solidários;
e. moedas sociais;
f. bancos alternativos;
g. sociedades de garantia;

3 - Clubes de troca e moeda social

Clubes de Troca são espaços onde a gente leva coisas para trocar e não precisa levar nenhum real, só o dinheiro do clube. É uma pequena feira, um mercado de tipo diferente. As pessoas levam para essa feira o que produzem e que poderiam vender e também anunciam em cartazes o que sabem fazer.

A grande descoberta desse sistema é que a gente pode trocar as coisas que leva para a feira por outras coisas que a gente precisa, sem usar nenhum real. Cada clube de trocas cria sua própria moeda. Ela pode ter qualquer nome que os participantes do clube escolham. No Rio de Janeiro chama "Tupi", no Ceará temos a experiência do "Palmas", no Rio Grande do Sul tem o "Pampa Vivo", num bairro de São Paulo chama "Lua", em outro chama simplesmente "Bônus".

Essa moeda só serve no clube. Lá dentro ela é usada como se fosse dinheiro. Ela possibilita que todos troquem com todos coisas de diferentes valores. Ela vai permitir, por exemplo, que eu ofereça sabão e aulas de ginástica para obter de várias pessoas arroz, feijão e a pintura da minha cozinha.

A moeda social não é um sistema alternativo e sim complementar à economia. Ela é produzida, distribuída e controlada por seus usuários. Por isso, o valor dela não está nela própria, mas no trabalho que pode fazer para produzir bens, serviços, saberes. Esta moeda não tem valor até que se comece a trocar o produto pelo produto, o serviço pelo serviço, o produto pelo serviço ou o serviço pelo produto. A moeda começa a servir como mediadora destas trocas. Ela é diferente também porque não está ligada nenhuma taxa de juros, por isso não interessa a ninguém guardá-la, mas trocá-la continuamente por bens e serviços que venham responder às nossas necessidades.

4 - Redes de Colaboração Solidária - Pró-consumidores

A Rede de Colaboração Solidária integra grupos de consumidores, de produtores e de prestadores de serviço em uma mesma organização. Todos se propõem a praticar o consumo solidário, isto é, comprar produtos e serviços da própria Rede para garantir trabalho e renda aos seus membros e para preservar o meio ambiente. Por outro lado, uma parte do excedente obtido pelos produtores e prestadores de serviços com a venda de seus produtos e serviços na rede é reinvestido na própria rede para gerar mais cooperativas, grupos de produção e microempresas, a fim de criar novos postos de trabalho e aumentar a oferta solidária de produtos e serviços. Isso permite incrementar o consumo de todos, ao mesmo tempo em que diminui volume e o número de itens que a rede ainda compra no mercado capitalista, evitando com isso que a riqueza produzida na Rede seja acumulada pelos capitalistas. O objetivo da Rede é produzir tudo o que as pessoas necessitam para realizar o bem viver de cada um.

Quando os consumidores praticam o consumo solidário, consumindo os produtos de uma empresa (uma padaria comunitária, por exemplo) que não explora os trabalhadores e protege o meio ambiente, essa empresa vende toda a sua produção e gera um excedente, que na lógica capitalista seria lucro. Esse excedente, entretanto, na lógica da solidariedade é reinvestido na construção de novas empresas (granja, fábrica de macarrão, produção de sabão, confecções, etc.) gerando novos postos de trabalho, diversificando a produção e melhorando o padrão de consumo de todos os que participam da Rede.

Fonte: Cartilha das Redes de Colaboração Solidária

A Economia Solidária cresce no Brasil

A Economia Solidária é um jeito bem diferente das pessoas se organizarem em torno do seu trabalho e dos benefícios que este pode produzir. É um movimento de organização de homens e mulheres que, a partir do trabalho coletivo, passam a desenvolver formas de geração de renda, onde todos e todas têm suas necessidades satisfeitas e o uso dos recursos naturais é feito de forma responsável e consciente. Na economia solidária, o trabalho não tem patrão e empregado. Os produtores e produtoras solidários se organizam em sistemas de autogestão. Ou seja, todos são responsáveis pelo empreendimento, todos decidem em conjunto e se beneficiam igualmente dos frutos gerados pelo mesmo. Esses empreendimentos podem ser legalizados em forma de cooperativas, associações, empresas solidárias, etc, desde que valorizem e estimulem a participação de cada produtor(a). O elemento central da Economia Solidária é a pessoa humana e o bem viver coletivo. Nela, homens e mulheres são respeitados em suas diferenças de sexo, raça/etnia, idade ou orientação sexual. Não cabem reprodução de preconceitos de qualquer natureza. Portanto, a relação é de cooperação, solidariedade e respeito entre todos e todas.

A economia solidária não é algo que aconteceu por decreto, nem é fruto de uma cabeça privilegiada que, em um momento inspirado, se deu conta de que, assim como estamos, as coisas só irão de mal a pior. Ela é um movimento e uma prática socioeconômica mais ampla e profunda, cujas raízes históricas se encontram nas lutas e ações de organizações de trabalhadores(as) rurais e urbanos(as), como o cooperativismo, de movimentos populares, de grupos engajados nas universidades e nas igrejas. Um movimento vivo, dinâmico, que se fortalece e organiza cada vez mais e que conseguiu importantes conquistas de apoio por parte dos governos nas diferentes esferas (municipal, estadual, federal)

Hoje, em todo o Brasil, são milhares de empreendimentos que trabalham com diferentes tipos de produtos e oferta de serviços, organizados por jovens e adultos, homens e mulheres do campo e das cidades. Esses empreendimentos se organizam em fóruns e redes de colaboração solidária em todos os estados e esses forma o Fórum Brasileiro de Economia Solidária. Com a força desse movimento, no Governo Lula, criou-se a Secretaria Nacional de Economia Solidária – SENAES, que dentro do Ministério do Trabalho e Emprego é o órgão responsável pela construção e implementação das políticas de apoio ao movimento da Economia Solidária em todo o país.

Diversas prefeituras do Brasil, já criaram em suas estruturas, secretárias e núcleos próprios para o apoio aos trabalhadores(as) da economia solidária nos municípios.

A Frente Parlamentar em Defesa da Economia Solidária, lançada por iniciativa do Deputado Eudes Xavier, em maio de 2007, foi outra importante conquista que mostra que outra economia não só é possível, mas já acontece e pode contribuir para o desenvolvimento de um país mais justo e feliz!

Palavra do Agente

O termo Economia Solidária é algo novo, principalmente em nosso município. Existem diversos empreendimentos solidários em Ji-Paraná, que trabalham o Desenvolvimento Local, porém sem se utilizar do nome Economia Solidária e sem compreender de fato o tema. Grande parte desses empreendimentos é da Agricultura Familiar, poucos grupos urbanos.

São várias associações, que numa proposta de fortalecimento se articulam em torno de Cooperativas.

Atualmente a COOCARAM (Cooperativa dos Produtores Rurais Organizados para Ajuda Mútua), é uma das Cooperativas mais fortes em Rondônia na perspectiva da Autogestão e da Economia Solidária. Também, acompanhamos e fomentamos as iniciativas da Ecosol junto às Associações filiadas a Arsapam. Fomentamos a Ecosol nas Comunidades Indígenas da Organização Panderéej. Contribuimos no processo de comercialização que a COOCARAM vem construindo dentro da proposta do Comércio Justo e Solidário.


José Antônio de Meireles é Agente Brasil Local em Ji-Paraná/RO

sábado, 12 de julho de 2008

Quilombolas de Rondônia participam de evento em Campinas



REDE MOCAMBOS
é articulação e promoção de ações de formação, integração, fortalecimento, dentre outros aspectos, inicialmente na região de Campinas/SP, onde nasceu o primeiro núcleo da Rede, e agora em âmbito nacional tendo comunidades do Norte ao Sul do país, conectadas e articuladas na Rede Mocambos, através do uso das tecnologias de informação e comunicação.

A Rede Mocambos, nasceu com a idéia de criar forte laços entre as comunidades; propiciar vivências, como encontros presencias, onde as pessoas possam se conhecer para depois manter contatos usando as tecnologias de informação e comunicação. Querer escolher os próprios caminhos leva a Rede Mocambos a acreditar num modelo de cooperação que vê as comunidades procurarem apoio para os próprios projetos e o projetos que lhes interessam. No entanto, nunca houve um encontro nacional da Rede Mocambos, que se necessário agora para definirmos coletivamente as diretrizes para os mocambolas.

Nesse ritmo de construção solidária e fortalecimento, quilombolas de várias comunidades de Rondônia participarão do evento.

Quais mocambolas de Rondônia participam?

Laís Santos - Projeto Brasil Local e Comunidade Quilombola de Forte Principe da Beira
Esmeraldina Leite - Comunidade Quilombola do Senhor Jesus
Valda Ibanês Braga - Comunidade Porto Rolim de Moura do Guaporé
Elton Calazans - Comunidade Santo Antônio do Guaporé

Mais informaçãoes sobre o que é a REDE MOCAMBOS: Confira aqui

sexta-feira, 11 de julho de 2008

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Inicia amanhã em Santa Maria/RS o maior evento de Economia Solidária do Mercosul

15ª FEICOOP - FEIRA ESTADUAL DO COOPERATIVISMO, 4ª FEIRA DE ECONOMIA SOLIDÁRIA DO MERCOSUL, 7ª FEIRA NACIONAL DE ECONOMIA SOLIDÁRIA, 8ª MOSTRA DA BIODIVERSIDADE E DA AGRICULTURA FAMILIAR


Data: 11 a 13 de Julho de 2008.


Descrição breve: a 15ª Feira Estadual do Cooperativismo Alternativo, 8ª Mostra da Biodiversidade, 7ª Feira Nacional de Economia Solidária e a 4ª Feira da Economia Solidária dos países do Mercosul. São Eventos nacionais e internacionais das organizações populares, associações, cooperativas, empreendimentos solidários do meio urbano e rural, no fortalecimento da autogestão e dos pacs (projetos alternativos comunitários), projetos de geração de trabalho e renda, através da Cáritas Regional - RS e Projeto Esperança/Cooesperança na Diocese de Santa Maria, com o apoio e organização conjunta da Secretaria Nacional de Economia Solidária do Ministério do Trabalho e Emprego e da Prefeitura Municipal de Santa Maria.

O Evento está programado para os dias 11 a 13 de julho de 2008, junto ao terminal de comercialização direta do projeto esperança/cooesperança, situado à rua heitor campos, fundos do santuário-basílica nossa senhora medianeira em Santa Maria, Rio Grande do Sul.

A economia popular solidária vai muito além da resistência à excluSão social e ao desemprego. ela aponta para uma nova prática econômica ou até mesmo a “reinvenção da economia”, provando que “uma nova economia é possível”, que é capaz de criar e fortalecer novos empreendimentos, gerar trabalho e renda a partir do trabalho cooperativado, autogestionário e gestão participativa e transformadora. coloca o trabalho acima do capital. a prática da economia solidária e o cooperativismo alternativo está fundamentada na cooperação, na autogestão, na produção coletiva, na comercialização direta, na justa distribuição de renda, na solidariedade, na agroecologia, no comércio justo, na agricultura familiar, com a lógica econômica que valoriza o ser humano e o trabalho, acima do capital, formando novos sujeitos para o exercício da cidadania e inclusão social. afirma com certeza e convicção de que “uma outra economia acontece”.



Promoção:
Projeto Esperança/Cooesperança - Diocese de Santa Maria e Prefeitura Municipal de Santa Maria - RS - Brasil

Informações:
55 3219 4599/3223 0219

Local:
Terminal de comercialização direta do projeto esperança/cooesperança Dom Ivo Lorscheiter - Rua Heitor Campos (fundos do Santuário Medianeira), Santa Maria - RS

Coordenadores:
Irmã Lourdes Dill

Público Alvo:
Comunidade em geral

Home Page:
http://www.esperancacooesperanca.gov.br

Home Page:
projespcooesp@terra.com.br

Palavra da Agente

Ângela Cristina Ferreira é Agente Brasil Local em Primavera de Rondônia. O município tem em torno de 4.000 pessoas, conforme pesquisa do IBGE, em 2007.

Segundo Ângela:

"Em Primavera de Rondônia, a Economia Solidária sempre fez parte do cotidiano das pessoas de alguma forma. Por ser uma cidade pequena, com uma população também pequena, todos conhecem as necessidades coletivas e se envolvem em qualquer ação social.

A predominância é de grupos informais, que se empenham e almejam o objetivo associativista e cooperativista.

A gestão pública e a sociedade sempre estão em busca realizar ações, viabilizando recursos, disponibilizando técnicos e realizando palestras e cursos em torno de um projeto de desenvolvimento das comunidades e do município.

O Brasil Local fará grande diferença, no sentido de impulsionar ações de articulação e fomento da Economia Solidária e contribuiremos no que for possível".

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Projeto Brasil Local e representantes do Fórum Rondoniense de Economia Solidária organizam Oficina Estadual


Durante os meses de junho e julho, representantes da Economia Solidária em Rondônia movimentam-se em torno de um objetivo que é a estruturação do Fórum Estadual. O intuito vem desde os processos de reestruturação debatidos durante Oficinas Regionais do FBES, se reforçando após à IV Plenária Nacional.

O objetivo é traçar estratégias de desenvolvimento da Economia Solidária pautado no fortalecimento e inserção dos empreendimentos solidários urbanos e rurais, capilarizando o FRES até atingir toda a extensão estadual.

O Projeto Brasil Local e outras instituições vem fomentando essa iniciativa desde o ano de 2006. Porém, somente agora com novos fôlegos trazidos das manifestações nacionais, regionais e estaduais dos FEES/FBES, além do trabalho de agentes de Economia Solidária, as várias políticas da Senaes/MTE e outras políticas ministeriais do Governo Federal, vem possiblitando que a Oficina de Estruturação venha a se materializar.

As instituições que se mobilizam nesse intuito, além do Brasil Local, são: SRTE/MTE, DFDA/MDA, Cooperativa de Catadores Unidos pela Vida de Porto Velho, Centro Agroecológico e Cultural de Niterói, COOPRAZOM, Central Única dos Trabalhadores e Escola Sindical Chico Mendes/ADS, Centro de Pesquisas de Populações Tradicionais Cuniã, Senadora Fátima Cleide, Coordenadoria de Mulheres de Porto Velho, COOCARAM, EMATER/RO, Fórum Guajaramirense de Economia Solidária, Prefeituras, entre outros.

A Oficina Estadual vem para definir linhas de atuação FRES e é uma prévia para a III Plenária Estadual que acontecerá em novembro de 2008.

terça-feira, 8 de julho de 2008

Escolha o nome do Jornal Impresso do Brasil Local

Há duas semanas o Projeto Brasil Local, através da Assessora de Comunicação, Fernanda Barreto, circula enquete para escolha do nome de Jornal Impresso.

A nova enquete, após verificação de empate, vai até o dia 14/07/2008.

Participem dando sua opinião no Blog Nacional.

Cliquem AQUI

Novo Atlas da Economia Solidária no Brasil já está disponível no site do MTE

Leia aqui.

Fonte: brasillocal.blogspot.com e www.mte.gov.br

Agente Quilombola de Rondônia participa da Conferência Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável e Solidário em Olinda

Delegação de Rondônia rumo a I Conferência Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável e Solidário

A Agente Quilombola do Projeto Brasil Local Rondônia, Lais Miriam dos Santos, participou da Conferência que discutiu o Desenvolvimento Rural Sustentável e Solidário, no final do mês de junho/2008, junto com representantes de outras comunidades rurais de Rondônia e do Brasil, em Olida/PE. Foram quase 2.000 pessoas participando das discussões e grupos de trabalho durante o evento.

Laís argumenta que a participação e inclusão de comunidades quilombolas e outros segmentos anteriormente excluídos da discussão de políticas públicas para desenvolvimento é um grande avanço, principalmente para Rondônia e principalmente por ser mulher. A partir da integração ao Projeto Brasil Local, a agente avalia que as portas se abriram às Comunidades do Vale do Guaporé, que as oportunidades são as mais variadas possiveis. Que o apoio institucional do Projeto de Economia Solidária e Desenvolvimento Local do Ministério do Trabalho, do Incra, da Delegacia Federal de Desenvolvimento Agrário de Rondônia, foram de fundamental importância no processo. Que possibilitar a manifestação do olhar e da vivências dessas comunidades em espaços de discussão do desenvolvimento é algo novo.

Manifesta que está contente com os encaminhamentos da Conferência Nacional e espera que as políticas públicas sejam articuladas para benefícios do povo brasileiro. Junto com Esmeraldina, Comunidade do Senhor Jesus (São Miguel do Guaporé/RO), vislumbra um futuro melhor e a chegada do desenvolvimento para as Comunidades Quilombolas de Rondônia.

Esmeraldina fala, que a Economia Solidária é de fundamental importância para o desenvolvimento das comunidades, mas que precisam avançar alguns passos em torno dessa proposta. Atribui as dificuldades à falta de estrutura, regularização fundiária, comunicação e outras questões imanentes as próprias comunidades, mas que não impedem que eles construam um futuro melhor se valorizarem um entendimento coletivo entre questões econômicas, culturais, ambientais, etc.

Chegam com um bom fôlego para continuar fomentando o empoderamento e a organização coletiva das comunidades.