terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Prêmio Fundação BB de Tecnologia social

Além das tradicionais categorias regionais, quinta edição do prêmio abre espaço para as categorias "Participação das mulheres na gestão de projetos sociais", "Gestão de Recursos Hídricos" e "Direitos da criança e do adolescente e protagonismo juvenil".


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Presidente da Fundação BB, Jacques Pena participa do lançamento em Belém

O lançamento da 5ª edição do Prêmio Fundação Banco do Brasil de Tecnologia Social ocorreu durante a programação do Fórum Social Mundial (FSM), que terminou no dia 1º, em Belém, com atividades concentradas nos campus da Universidade Federal do Pará (UFPA) e da Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA).

O Prêmio Fundação Banco do Brasil de Tecnologia Social chega à quinta edição abrindo espaço para as categorias "Participação das mulheres na gestão de projetos sociais", "Gestão de Recursos Hídricos" e "Direitos da criança e do adolescente e protagonismo juvenil", além das tradicionais, uma para cada região do país.

Lotando o auditório da Reitoria da UFPA, o evento de lançamento contou com a presença de Zélia Damasceno, da oscip Poloprobio, do Acre, Arildo Mota, da Unisol Brasil, Janice Dias, da Petrobras, João Batista, da Superintendência do Banco do Brasil do Pará e do Amapá, Jacques Pena, presidente da Fundação Banco do Brasil, além de outros técnicos da entidade. "O Fórum é um espaço privilegiado para divulgarmos, já que estamos falando de forma direta com os maiores interessados", disse Jacques Pena.

Realizada a cada dois anos, com a parceria da Petrobras, da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e da KPMG Auditores Independentes, a premiação tem como objetivo identificar, certificar, premiar e difundir Tecnologias Sociais. O conceito compreende produtos, técnicas ou metodologias reaplicáveis, desenvolvidas na interação com a comunidade, que representem soluções efetivas de transformação social. As inscrições serão realizadas apenas via internet www.tecnologiasocial.org.br, até o dia 29 de maio.

Os nomes dos vencedores serão conhecidos em novembro e cada um receberá R$ 50 mil, que devem ser destinados à expansão e melhoria dos processos e técnicas inscritos no concurso.

Norte e Centro-Oeste

O presidente da Fundação Banco do Brasil, Jacques Pena, revelou que o desafio desta edição é conseguir ampliar o número de inscrições oriundas das regiões Norte e Centro-Oeste. "Há muita coisa sendo feita por grupos destas regiões do país que ainda não conseguimos identificar. Precisamos conseguir chegar até eles para que possam se inscrever e participar", afirma.

De 2001 a 2007, a região Sudeste inscreveu 971 projetos; a região Nordeste, 585; a região Sul, 532; o Centro-Oeste, 250 e o Norte, 159.

O projeto Encauchados de Vegetais da Amazônia, do Acre, vencedor do Prêmio, em 2007, é um exemplo do potencial da região Norte de gerar Tecnologias Sociais. A iniciativa recupera a tecnologia indígena de fabricação dos encauchados, lâminas de tecido emborrachadas com o "leite" da seringa.

No processo, o látex não é coagulado nem defumado, mas concentrado por meio da secagem pela evaporação na temperatura ambiente. A essa técnica soma-se o conhecimento científico, para realização de um acessível processo artesanal de pré-vulcanização e mistura manual de fibras vegetais ao látex. A tecnologia não utiliza energia elétrica, máquinas ou estufas, além de agregar valor à base produtiva, gerando renda e qualidade de vida aos seringueiros.

Reaplicação

"O Prêmio nos abriu muitas portas. Além do selo de Tecnologia Social, o número de unidades implantadas pelo projeto na Amazônia subiu de 16 para 29 com a parceria da Petrobras e do Sebrae", comemora Zélia Damasceno, coordenadora pedagógica do projeto.

No auditório da UFPA, durante o evento de lançamento, ela apresentou uma das multiplicadoras da Tecnologia Social. "Antes, ela era apenas dona de casa - uma ótima dona de casa e mãe. Mas, hoje, é também uma coordenadora de pintura em sua comunidade", orgulha-se.

Arildo Mota, da Unisol Brasil, destacou a importância do investimento social em cadeias produtivas, do início ao fim, além das parcerias institucionais para o investimento em novas e velhas tecnologias. "Muitas vezes, isso significa apenas recuperar antigos hábitos alimentares e culturais, respeitando o meio ambiente", acredita.

João Batista, da Superintendência do BB do Pará e do Amapá, falou sobre a importância da estratégia de Desenvolvimento Regional Sustentável do Banco do Brasil de investir em todas as etapas de cadeias produtivas, junto a agentes de desenvolvimento local, para geração de trabalho e renda em todo o país. "Coisas muito simples podem se tornar tecnologias e fazer a diferença para muitas pessoas", completa.

Reconhecimento

Outro exemplo de Tecnologia Social bem sucedida é a Cisterna de Placas Pré-Moldadas, do programa Um Milhão de Cisternas, desenvolvido pela Articulação do Semi-Árido (ASA). "É uma solução construída a partir do conceito de Tecnologia Social que é, ao mesmo tempo, um método e um processo de construção coletiva e de mobilização das comunidades", explica Jacques Pena.

Segundo Janice Dias, da Petrobras, o prêmio abre oportunidades para que grupos e organizações busquem recursos de outros parceiros. "A premiação não é o fim, mas o início de um processo de reconhecimento das Tecnologias Sociais e respaldo para que outras instituições invistam nessas iniciativas", acredita. De acordo com Janice, a Petrobras busca projetos no Banco de Tecnologias Sociais e na Rede de Tecnologia Social para desenvolver um trabalho com mais expansão e escala.

"O nosso único mérito é reconhecer os méritos alheios e identificar soluções sociais criadas por diferentes comunidades em todo o país", finaliza Jacques Pena.


Fonte: Portal RTS

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