Comunidades quilombolas de todo o país iniciaram, na semana passada, um relacionamento diferente com a universidade pública federal. Pela primeira vez, populações tradicionais ingressam na instituição com a proposta de estabelecer uma relação igualitária com a Academia na produção de conhecimento, na afirmação e no fortalecimento de atividades produtivas baseadas na economia, na comercialização e na organização social solidárias. Esse passo foi dado segunda-feira (27/09) com o lançamento do Projeto Etnodesenvolvimento e Economia Solidária do Programa Brasil Local, no auditório Horta Barbosa, do Centro de Tecnologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) pela Fundação Coordenação de Projetos, Pesquisas e Estudos Tecnológicos (Coppetec). Executora do projeto e organizadora do lançamento, a Coppetec atua em parceria com o Núcleo de Solidariedade Técnica (Soltec/ UFRJ) e com a Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Quilombolas (Conaq) para viabilizar o projeto, o qual faz parte de um programa do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), intitulado Brasil Local, que tem a Cáritas Brasileira como entidade articuladora nacional. Pesquisa-ação – O lançamento reuniu representantes das dez entidades integrantes do Projeto Etnodesenvolvimento e Economia Solidária e conferiu reconhecimento a uma metodologia de pesquisa inovadora: a “pesquisa-ação”. Desenvolvida para proporcionar aos estudiosos o papel de pesquisadores deles mesmos, a pesquisa-ação é um conjunto de métodos cujo objetivo é, dentre outros, o de promover um novo e diferente desenvolvimento das comunidades quilombolas. Por meio dessa metodologia, “a própria comunidade estudada é quem desenvolve a pesquisa, ou seja, com base em sua própria experiência, ela produz o conhecimento novo, chancela ou não e patenteia conhecimento o tradicional”, explica o coordenador executivo do Projeto Etnodesenvolvimento e Economia Solidária da Coppetec, Quêner Chaves do Santos. Segundo ele, a UFRJ está à frente dessa nova metodologia por intermédio do professor do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppetec/UFRJ), Michel Jean Marie Thiollent. Missão – Outra inovação do projeto evidenciada durante o lançamento é o fato de ele estar focalizado em atividades produtivas realizadas em territórios étnicos. De acordo com Quêner Santos, os territórios étnicos são espaços de desenvolvimento e de aplicação de políticas públicas em áreas interligadas, as quais se relacionam entre si de forma integrada, respeitando a identidade cultural e étnica da comunidade. O lançamento serviu também ato de abertura para o I Seminário de Formação, realizado para preparar dez articuladores territoriais contratados pelo governo federal para coordenar 30 agentes de desenvolvimento solidários distribuídos em 11 estados da Federação. Uma das principais missões desses articuladores é a de promover o fortalecimento de 100 empreendimentos existentes em territórios étnicos-solidários, ou seja, em comunidades quilombolas.Têm ainda a tarefa de mapear e de identificar novos possíveis empreendimentos solidários, dentre eles, os bancos comunitários. Reportagem especial - leia mais: 40 mil pessoas foram beneficiadas com projetosCáritas Brasileira luta pela regulamentação da economia solidária Programa Brasil Local investe em novos conceitos de inclusão social Lançamento na UFRJ rompeu paradigma e promoveu ocupação de espaço público Quilombo Campinho da Independência conquistou a propriedade da terra Por Carla Lisboa (Cáritas Brasileira) |
terça-feira, 5 de outubro de 2010
Lançamento do Projeto Brasil Local Etnodesenvolvimento e Economia Solidária
sexta-feira, 1 de outubro de 2010
Evento na UFRJ lança projeto de etnodesenvolvimento e economia solidária
27/09/2010
A Fundação Coordenação de Projetos, Pesquisas e Estudos Tecnológicos (COPPETEC/UFRJ) e a Secretaria Nacional de Economia (SENAES/MTE) convidam para o lançamento do Projeto Brasil Local – Etnodesenvolvimento e Economia Solidária. O Projeto é uma parceria entre a fundação e a SENAES/MTE, que conta ainda com o apoio da Coordenação Nacional das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (CONAQ) e o Núcleo de Solidariedade Técnica (SOLTEC/UFRJ.).
Esta política pública específica visa promover o Etnodesenvolvimento e a Economia Solidária por meio da atuação de agentes de desenvolvimento local em 105 comunidades quilombolas, em 11 Unidades da Federação (RS, PR, SP, RJ, ES, MG, GO, PA, BA, MA e PE), com um público beneficiário estimado em 7.500 famílias.
O evento contará com uma Mesa de Abertura, a apresentação do projeto para os convidados e parceiros do projeto e debate.
Serviço
Data: de 27 de setembro de 2010 a 1° de outubro de 2010
Hora: a partir das 9h
Local do Evento: Av. Athos da Silveira Ramos 149, Auditório Horta Barbosa, Bloco A, 1º andar.
Centro Tecnológico/UFRJ, Cidade Universitária – Ilha do Fundão/Rio de Janeiro.
Lançamento do Projeto e Seminário de Formação
Fonte: ABONG
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Formação para Economia Solidária na Resex Rio Ouro Preto em Guajará-Mirim
Durante os dias 15 e 16/10, aconteceu a I Oficina de Economia Solidária, no Barracão do Pompeu, RESEX Rio Ouro Preto.
Participaram moradores de pelo menos 8 das cerca de 11 comunidades existentes na Reserva Extrativista, demonstrando-se interessados pela articulação através da Economia Solidária.
Os potenciais são inúmeros, podendo ser a partir da produção com uso de insumos não madeireiros, turismo de base comunitária, prestação de serviços, extrativismo etc. O grande desafio desta atividade foi conciliar o aspecto da formação com o diagnóstico e planejamento participativo tendo em vista as ações de apoio, fomento e formação dos Projetos de Economia Solidária e demais parceiros, além das demandas específicas de cada comunidade.
Na atividade específica, em princípio, foram trabalhados os conceitos da economia solidária e a identificação dos problemas de ordem social, econômica e ambiental que por hora são gargalos para o desenvolvimento comunitário e sustentável, como também as potecialidades e fortalezas.
Consoante o representanto do ICMBIO, Fabrício Cruz, ainda é um grande desafio na Resex, estimular a consciência de seus moradores diante da possibilidade de uma produção consorciada com a floresta de forma solidária. Esta atividade pretende ser apenas o primeiro módulo de outros que pretendemos desenvolver diante da proposta de articulação local da economia solidária.
Fonte: Brasil Local Rondônia