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sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Evento na UFRJ lança projeto de etnodesenvolvimento e economia solidária

27/09/2010

A Fundação Coordenação de Projetos, Pesquisas e Estudos Tecnológicos (COPPETEC/UFRJ) e a Secretaria Nacional de Economia (SENAES/MTE) convidam para o lançamento do Projeto Brasil Local – Etnodesenvolvimento e Economia Solidária. O Projeto é uma parceria entre a fundação e a SENAES/MTE, que conta ainda com o apoio da Coordenação Nacional das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (CONAQ) e o Núcleo de Solidariedade Técnica (SOLTEC/UFRJ.).

Esta política pública específica visa promover o Etnodesenvolvimento e a Economia Solidária por meio da atuação de agentes de desenvolvimento local em 105 comunidades quilombolas, em 11 Unidades da Federação (RS, PR, SP, RJ, ES, MG, GO, PA, BA, MA e PE), com um público beneficiário estimado em 7.500 famílias.

O evento contará com uma Mesa de Abertura, a apresentação do projeto para os convidados e parceiros do projeto e debate.

Serviço

Data: de 27 de setembro de 2010 a 1° de outubro de 2010

Hora: a partir das 9h

Local do Evento: Av. Athos da Silveira Ramos 149, Auditório Horta Barbosa, Bloco A, 1º andar.

Centro Tecnológico/UFRJ, Cidade Universitária – Ilha do Fundão/Rio de Janeiro.

Lançamento do Projeto e Seminário de Formação

Fonte: ABONG

Notícias relacionadas: Especial Brasil Local - Cáritas Brasileira

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Associação Quilombola de Santa Fé terá seu produto exposto durante a FENAFRA



Apesar de não participar diretamente da V Feira Nacional de Agricultura Familiar e Reforma Agrária, a Associação terá a Farinha D'Água Artesanal exposta durante o evento.

A Associação é apoiada pelo Brasil Local.

A farinha é o produto de maior consumo na Amazônia. Pode ser seca, pode ser d'água, está na mesa do caboclo ribeirinho todo santo dia!!!

A farinha d'água é um excelente acompanhamento para peixes, frango caipira ensopado, carne seca, cozida ou assada, com mandioquinha cozida, frita ou mesmo em puro "pirão".


Como preparar um Pirão Simples:

1 colher de sopa de azeite ou óleo
2 colheres de sopa de cebola picada
1 dente de alho em tirinhas finas
1 colher de sopa de coentro picado
1 xícara de chá de farinha d'água de Santa Fé
5 xícaras de chá de água
Sal a gosto

Rendimento: 04 porções

Em uma panela, frite a cebola no azeite até que ela murche, junte o alho e o coentro. Mexa por alguns minutos. Em uma vasilha, dissolva a farinha na água (pode ser o próprio caldo do peixe, por exemplo) e despeje na panela com o refogado. Cozinhe, mexendo sempre, até obter um pirão cremoso e brilhante.


"Se farinha fosse americana ou mandioca importada, banquete de bacana era farinhada!"

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Oficina de Artesanato e Economia Solidária em Príncipe da Beira


Durante os dias 21 e 22 de novembro, o Projeto Brasil Local realiza Oficina de Artesanato e Economia Solidária na sede da Associação Quilombola em Príncipe da Beira/RO. A partir da Oficina pretendemos programar a uma série de ações que beneficiem a comunidade.

Tratamos quanto aos aspectos produtivos e durante as conversas sobre Economia Solidária, sugiram várias idéias de organização coletiva em torno do processamento da castanha da amazônia, criação de frangos caipiras, pesca, turismo, olericultura, criação de abelhas nativas, por exemplo.

Com a Oficina de Economia Solidária pretendemos identificar a situação do espírito coletivo, da estima, do comprometimento, até onde conseguimos sensibilizar associados/as para o tema, como está o trabalho da agente na comunidade e outros aspectos.

Neste primeiro momento, trabalhamos específicamente o artesanato, em virtude da participação da Associação Quilombola (ASQFORTE) em Feira Nacional. O resultado em peças da Oficina de Artesanato será apresentado durante V FENAFRA, de 26 a 30/11, no Rio de Janeiro.

Conseguimos atingir com esta ação, um público de 16 mulheres e 02 homens.

Sobre a comunidade:

Atualmente, são aproximadamente 87 famílias situadas do lado esquerdo da Serra Grande, Distrito de Príncipe da Beira, Costa Marques/RO.

São indiscutíveis os potenciais produtivo e comunitário diante da biodiversidade local e da quantidade de trabalhadores/as que moram na comunidade.

A grande dificuldade que a Associação Quilombola enfrenta há muitos anos é o cerceamento pelo Comando Militar do Exército do Forte. "Não podemos fazer nada que eles veem pra cima. Já enfrentamos por várias vezes as ameaças de expulsão de nosso território", é o que ouvimos dos moradores.

Elvis Cayaduro, presidente da associação, apresenta o pedido de reconhecimento e regularização, encaminhados à Fundação Palmares e INCRA. "É muito difícil vivermos assim ameaçados, expoliados, desvalorizados. Não fosse o pequeno apoio que recebemos e a vontade dos moradores de ficar na comunidade, pois é o lugar onde nasceram, cresceram, casaram, construiram sua morada, tiveram filhos e de onde aprenderam a tirar o seu sustento, não haveria mais ninguem morando aqui, somente os poucos oficiais do exército". Outros moradores complementam que "este ano não pudemos nem cultivar nossas hortas, tendo em vista que o exército procurou por várias vezes o Ibama para apresentar denúncias infundadas, como por exemplo, dizer que a comunidade depreda o meio ambiente". "A comunidade resiste, quase sem folego e com baixa estima, mas resiste".

"A Prefeitura anterior apoiou nossos trabalhos no ano de 2008. Também tinhamos apoio na Camara de Vereadores. Porém, já identificamos dificuldades com a nova gestão municipal de Costa Marques, que afirmou não querer confusão com o exército", revelam.

"Trazer a Economia Solidária para Príncipe da Beira pode será alternativa viavél ao desenvolvimento comunitário solidário , porém precisamos ser vistos, valorizados e capacitados", afirma a agente Laís.

Parceiros na ação:

SEBRAE/RO, Senadora Fátima Cleide, CPPT CUNIã e Amauri Arruda

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Etnodesenvolvimento no Blog Nacional

Estratégias para o etnodesenvolvimento

Graduado em jornalismo, Quêner Chaves dos Santos desde cedo voltou-se para a militância política – focada principalmente na economia solidária. Trabalhou no apoio à organização produtiva de comunidades quilombolas no Governo Olívio Dutra, em 2002 e, no ano seguinte, no Departamento de Economia Solidária da prefeitura de Alvorada (RS). Atualmente, exerce o cargo de assessor de Etnodesenvolvimento do Projeto Brasil Local. Nesta entrevista ele explica o conceito de etnodesenvolvimento, fala sobre a participação dos povos tradicionais na construção de políticas públicas e aponta alternativas para impulsionar o desenvolvimento nos territórios onde estas populações vivem.

O que é etnodesenvolvimento?

O etnodesenvolvimento começou a ser trabalhado no início da década de 80, como parte de um movimento voltado para mudar os padrões do modelo de desenvolvimento que vinha sendo implementado, com altos impactos ambientais e desrespeito aos povos de comunidades tradicionais. O conceito de etnodesenvolvimento foi formulado pelo antropólogo mexicano Rodolfo Stavenhagem e apresentado em uma reunião promovida pela Unesco em 1981 e diz respeito à autonomia e participação dos povos tradicionais na construção de políticas públicas voltadas para eles mesmos. Então, a partir daquele momento, começou-se a discutir uma nova proposta de desenvolvimento, com respeito a estas populações e a natureza como um todo.


Mas que comunidades entram nesse conceito de etnodesenvolvimento?

É um conceito que começa com uma vertente mais indígena, a partir da luta dos povos na América Latina e do reconhecimento dessa luta pela Organização das Nações Unidaas e pela Organização Internacional do Trabalho. Mas, no último período, este conceito está sendo ampliado para a perspectiva de povos tradicionais. O Brasil mesmo aprovou recentemente uma legislação sobre o desenvolvimento de populações tradicionais, que são um conjunto de povos que tem na sua relação com a terra a força motriz para o seu processo de produção cultural e econômica. Se encaixam aí as comunidades quilombolas, indígenas, ribeirinhos, ciganos e etc. Atualmente, já contabilizamos mais de 20 segmentos no âmbito dos povos tradicioanis.Então, o objetivo é pensar o desenvolvimento a partir da relação que estas populações têm com a terra e suas relações culturais e religiosas. Stavenhagem define este conceito como uma perspectiva de desenvolvimento que respeita as populações tradicionais. Ou seja, não deve ser um modelo imposto, mas sim construído de forma coletiva.

Qual a relação entre o etnodesenvolvimento e a economia solidária?

As formas de produção destas populações se identificam muito com os princípios da economia solidária. São práticas de autogestão e auto-organização dos trabalhadores. Ou seja, os meios de produção estão nas mãos de quem produz. Esta relação de solidariedade, de pensar um bem estar social acima de tudo, em vez de supervalorizar o poder econômico, são práticas muito características destas populações. Povos indígens e quilombolas, por exemplo, sempre tiveram sua forma de organização não na perspectiva do enriquecimento e do lucro, mas na partilha, na troca, na relação de confiança. Isso tem muito a ver com a economia solidária. É por isso que hoje em dia existe esta relação mais orgânica entre os povos e tradicionais e o modelo de desenvolvimento proposto pela economia solidária. A economia solidária agrega um conjunto de ações e instrumentos que fortalecem essas práticas.

Atualmente, o governo federal tem políticas voltadas à oferta de crédito para estas comunidades, de apoio aos bancos comunitários, à incubação de empreendimentos, entre outras. Por outro lado, estas populações contribuem do ponto de vista do respeito à natureza e dos fortes laços de solidariedade que mantêm entrem elas, o que acaba refletindo na economia solidária. Tanto que a I Conferência Nacional de Economia Solidária, realizada em 2006, apontou como um dos eixos estratégicos o fortalecimentos destas comunidades, particularmente nos que diz respeito a titulação das áreas onde estas populações vivem como uma luta também da ecosol. Recentemente, a IV Plenária Nacional de Economia Solidária também apontou para a solidariedade com estas populações. Além disso, as comunidades tem assento no Conselho Nacional de Economia Solidária. Já existe uma relação forte entre os dois movimentos.

E qual é o papel do Brasil Local?

A ação do Brasil Local começa pela própria forma como o Projeto se estrutura, a partir da atuação de agentes de Desenvolvimento inseridos nas próprias comunidades beneficiárias. Isso acaba fortalecendo estas comunidades. Nós temos 65 agentes quilombolas e 15 indígenas. São pessoas que nos ajudam a pensar e promover o etnodesenvolvimento e o desenvolvimento local a partir da realidade dos territórios. Eles realizam diagnósticos, mobilizam a comunidade e constrõem parcerias. Na verdade, o Brasil local cumpre o papel de levar um conjunto de políticas públicas da Secretaria Nacional de Economia Solidária (Senaes) e outros orgãos até estas comunidades. O Projeto vem demonstrando resultados positivos.

É bom lembrar que o próprio Brasil Local nasceu de um Projeto voltado para a promoção do etnodesenvolvimento num diálogo iniciado em 2004 entre a Senaes, a Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir) e a Fundação Palmares, do Ministério da Cultura. Nesta etapa, foram mapeadas 216 comunidades. Era uma realidade que não se conhecia. Sabia-se mais ou menos o número de comunidades, mas não se tinha uma radiografia de como viviam estas comunidades. Então, os agentes, com seu trabalho, identificaram uma série de problemas de infra-estrutura, de comercialização, de falta de tecnologia para os empreendimentos mas também um conjunto de potencialidades que estas comunidades tinham para se desenvolver. O Brasil Local tem este mérito de trazer à tona a realidade destas populações.


Vejam o material na integra no Blog Nacional do Brasil Local

Assessoria de Comunicação
Fernanda Barreto
(61) 9965.1219

fernanda.ascom@brasilocal.org.br

quinta-feira, 17 de julho de 2008

MTE e Funai estudam Acordo de Cooperação Técnica

André Figueiredo, secretário-executivo, recebeu a proposta do presidente interino da Fundação Nacional do Índio

Foto: Renato Alves


Cooperação Técnica

Secretário-executivo, André Figueiredo (centro), em audiência com a equipe da Funai



Um grupo que vem conquistando cada vez mais espaço nos programas de Políticas Públicas do Governo Federal é o formado por etnias indígenas. O fomento ao etnodesenvolvimento é pauta freqüente de discussão, tanto que o secretário-executivo do Ministério do Trabalho e Emprego, André Figueiredo, recebeu do presidente interino da Fundação Nacional do Índio (Funai), Aloysio Guapindaia, a proposta de um Acordo de Cooperação Técnica. O encontro aconteceu na tarde desta quarta-feira.

Com a ratificação do Acordo, os dois órgãos assumirão o compromisso de cooperarem mutuamente em ações de programas implementados pelo MTE que atendam aos povos indígenas. Sendo que as ações conjuntas deverão orientar-se ao etnodesenvolvimento; à inclusão econômica das comunidades indígenas (com ênfase no respeito a sócio diversidade brasileira e a sustentabilidade nos seus aspectos econômico, social, ambiental e cultural); à educação e capacitação; bem como à inclusão social de jovens e mulheres.

Importante ressaltar que atualmente a Funai já é parceira do MTE em projetos importantes como o Consórcio Social da Juventude Indígena do Xingu e o Projeto Brasil Local voltado à comunidades indígenas.

Consórcio Social da Juventude Indígena - Firmado em 2007 com o Instituto Raoni, o Consórcio visa proporcionar a capacitação de mil jovens indígenas - entre 16 e 24 anos - em diversos arcos ocupacionais, tais como: pesca e piscicultura, produção de audiovisual e comunicação, agroextrativismo, joalheria, artesanato e vestuário, brigadista de incêndio e agente ambiental.

A iniciativa abrangerá a região do Xingu, estados do Mato Grosso e do Pará, municípios de Colíder (MT), Alta Floresta (PA) e Territórios da União (Parques Nacionais Indígenas). Este território é superior a 8 milhões de quilômetros quadrados, o que equivale à área territorial da França e da Bélgica juntas.

Brasil Local - Outro programa desenvolvido pelo Ministério do Trabalho e Emprego, por meio da Secretaria de Economia Solidária (Senaes), é o Brasil Local. Com um trabalho que tem por objetivo a estruturação de cadeias produtivas geradoras de emprego e renda, ele conta com a participação de índios locais como agentes de fomento nas comunidades.

Ao todo já são 14 agentes presentes em quatro estados brasileiros: Amazonas (Região do Alto Solimões), Roraima, Espírito Santo e Bahia. Em Rondônia, o projeto também desenvolve ações em comunidades indígenas, no entanto nestes territórios étnicos o trabalho é desenvolvido por agentes não indígenas.

O principal foco é criar na comunidade formas de auto-sustentabilidade através da constituição de empreendimentos autogestionários com destaque para produção artesanal e agroextravista.

Assessoria de Imprensa do MTE
(61) 3317 - 6537/2430 - acs@mte.gov.br

Veja no site MTE Acordo de Cooperação