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domingo, 27 de junho de 2010

Prefeitura de Guajará-Mirim apoiará Brasil Local em Rondônia

A Secretaria Nacional de Economia Solidária-MTE através de um projeto executado pelo ITASA (Instituto de Tecnologia para o Agro negócio e Meio Ambiente Selva Amazônica) em parceria com a Prefeitura Municipal de Guajará-Mirim/RO, desenvolverão ações de consultoria especializada aos empreendimentos locais, representadas por um conjunto de iniciativas inspiradas em valores humanos que coloca o ser humano como sujeito no processo da vida e na atividade econômica, em vez da acumulação de capital. Isso pressupõe mudanças importantes no mundo do trabalho, incentivando a eqüidade, a democracia, a cooperação, a solidariedade e a qualidade das relações no trabalho. Compreende uma grande diversidade de práticas econômicas e sociais - de produção, distribuição, finanças, trocas, comércio, consumo, poupança e crédito - organizadas sob a forma de autogestão.

No mês de julho/2010, Brasil Local e Prefeitura realizarão I Seminário Municipal sobre Economia Solidária. Este será um momento de dialogar com os empreendimentos solidários daquele município e fomentar a rearticulação do Fórum Municipal, criado em 2006.


Este Encontro será importante para o Projeto e Comunidade, desta maneira teremos oportunidade de garantir uma construção coletiva do Brasil Local no município, que estará orientado pela demanda dos empreendimentos solidários, bem como proporcionar uma aproximação destes representantes com o Fórum Estadual, afirma a Coordenadora da Equipe Estadual.


Outra questão relevante é a participação de empreendimentos de povos tradicionais indígenas, que está implantando a Casa de Artesanato Urukunê-Wao em Guajará-Mirim. Acompanhar e assessorar este empreendimento será desafiador e esperamos que o apoio do projeto resulte em bons frutos.


Além desta experiência indígena, Guajará-Mirim possui outras iniciativas econômicas sustentáveis, como da catação de materiais recicláveis, extrativismo e cultura local, que serão consideradas pelo Projeto.


Fonte: Agente Brasil Local e Prefeitura de Guajará

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Etnodesenvolvimento no Blog Nacional

Estratégias para o etnodesenvolvimento

Graduado em jornalismo, Quêner Chaves dos Santos desde cedo voltou-se para a militância política – focada principalmente na economia solidária. Trabalhou no apoio à organização produtiva de comunidades quilombolas no Governo Olívio Dutra, em 2002 e, no ano seguinte, no Departamento de Economia Solidária da prefeitura de Alvorada (RS). Atualmente, exerce o cargo de assessor de Etnodesenvolvimento do Projeto Brasil Local. Nesta entrevista ele explica o conceito de etnodesenvolvimento, fala sobre a participação dos povos tradicionais na construção de políticas públicas e aponta alternativas para impulsionar o desenvolvimento nos territórios onde estas populações vivem.

O que é etnodesenvolvimento?

O etnodesenvolvimento começou a ser trabalhado no início da década de 80, como parte de um movimento voltado para mudar os padrões do modelo de desenvolvimento que vinha sendo implementado, com altos impactos ambientais e desrespeito aos povos de comunidades tradicionais. O conceito de etnodesenvolvimento foi formulado pelo antropólogo mexicano Rodolfo Stavenhagem e apresentado em uma reunião promovida pela Unesco em 1981 e diz respeito à autonomia e participação dos povos tradicionais na construção de políticas públicas voltadas para eles mesmos. Então, a partir daquele momento, começou-se a discutir uma nova proposta de desenvolvimento, com respeito a estas populações e a natureza como um todo.


Mas que comunidades entram nesse conceito de etnodesenvolvimento?

É um conceito que começa com uma vertente mais indígena, a partir da luta dos povos na América Latina e do reconhecimento dessa luta pela Organização das Nações Unidaas e pela Organização Internacional do Trabalho. Mas, no último período, este conceito está sendo ampliado para a perspectiva de povos tradicionais. O Brasil mesmo aprovou recentemente uma legislação sobre o desenvolvimento de populações tradicionais, que são um conjunto de povos que tem na sua relação com a terra a força motriz para o seu processo de produção cultural e econômica. Se encaixam aí as comunidades quilombolas, indígenas, ribeirinhos, ciganos e etc. Atualmente, já contabilizamos mais de 20 segmentos no âmbito dos povos tradicioanis.Então, o objetivo é pensar o desenvolvimento a partir da relação que estas populações têm com a terra e suas relações culturais e religiosas. Stavenhagem define este conceito como uma perspectiva de desenvolvimento que respeita as populações tradicionais. Ou seja, não deve ser um modelo imposto, mas sim construído de forma coletiva.

Qual a relação entre o etnodesenvolvimento e a economia solidária?

As formas de produção destas populações se identificam muito com os princípios da economia solidária. São práticas de autogestão e auto-organização dos trabalhadores. Ou seja, os meios de produção estão nas mãos de quem produz. Esta relação de solidariedade, de pensar um bem estar social acima de tudo, em vez de supervalorizar o poder econômico, são práticas muito características destas populações. Povos indígens e quilombolas, por exemplo, sempre tiveram sua forma de organização não na perspectiva do enriquecimento e do lucro, mas na partilha, na troca, na relação de confiança. Isso tem muito a ver com a economia solidária. É por isso que hoje em dia existe esta relação mais orgânica entre os povos e tradicionais e o modelo de desenvolvimento proposto pela economia solidária. A economia solidária agrega um conjunto de ações e instrumentos que fortalecem essas práticas.

Atualmente, o governo federal tem políticas voltadas à oferta de crédito para estas comunidades, de apoio aos bancos comunitários, à incubação de empreendimentos, entre outras. Por outro lado, estas populações contribuem do ponto de vista do respeito à natureza e dos fortes laços de solidariedade que mantêm entrem elas, o que acaba refletindo na economia solidária. Tanto que a I Conferência Nacional de Economia Solidária, realizada em 2006, apontou como um dos eixos estratégicos o fortalecimentos destas comunidades, particularmente nos que diz respeito a titulação das áreas onde estas populações vivem como uma luta também da ecosol. Recentemente, a IV Plenária Nacional de Economia Solidária também apontou para a solidariedade com estas populações. Além disso, as comunidades tem assento no Conselho Nacional de Economia Solidária. Já existe uma relação forte entre os dois movimentos.

E qual é o papel do Brasil Local?

A ação do Brasil Local começa pela própria forma como o Projeto se estrutura, a partir da atuação de agentes de Desenvolvimento inseridos nas próprias comunidades beneficiárias. Isso acaba fortalecendo estas comunidades. Nós temos 65 agentes quilombolas e 15 indígenas. São pessoas que nos ajudam a pensar e promover o etnodesenvolvimento e o desenvolvimento local a partir da realidade dos territórios. Eles realizam diagnósticos, mobilizam a comunidade e constrõem parcerias. Na verdade, o Brasil local cumpre o papel de levar um conjunto de políticas públicas da Secretaria Nacional de Economia Solidária (Senaes) e outros orgãos até estas comunidades. O Projeto vem demonstrando resultados positivos.

É bom lembrar que o próprio Brasil Local nasceu de um Projeto voltado para a promoção do etnodesenvolvimento num diálogo iniciado em 2004 entre a Senaes, a Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir) e a Fundação Palmares, do Ministério da Cultura. Nesta etapa, foram mapeadas 216 comunidades. Era uma realidade que não se conhecia. Sabia-se mais ou menos o número de comunidades, mas não se tinha uma radiografia de como viviam estas comunidades. Então, os agentes, com seu trabalho, identificaram uma série de problemas de infra-estrutura, de comercialização, de falta de tecnologia para os empreendimentos mas também um conjunto de potencialidades que estas comunidades tinham para se desenvolver. O Brasil Local tem este mérito de trazer à tona a realidade destas populações.


Vejam o material na integra no Blog Nacional do Brasil Local

Assessoria de Comunicação
Fernanda Barreto
(61) 9965.1219

fernanda.ascom@brasilocal.org.br

quinta-feira, 17 de julho de 2008

MTE e Funai estudam Acordo de Cooperação Técnica

André Figueiredo, secretário-executivo, recebeu a proposta do presidente interino da Fundação Nacional do Índio

Foto: Renato Alves


Cooperação Técnica

Secretário-executivo, André Figueiredo (centro), em audiência com a equipe da Funai



Um grupo que vem conquistando cada vez mais espaço nos programas de Políticas Públicas do Governo Federal é o formado por etnias indígenas. O fomento ao etnodesenvolvimento é pauta freqüente de discussão, tanto que o secretário-executivo do Ministério do Trabalho e Emprego, André Figueiredo, recebeu do presidente interino da Fundação Nacional do Índio (Funai), Aloysio Guapindaia, a proposta de um Acordo de Cooperação Técnica. O encontro aconteceu na tarde desta quarta-feira.

Com a ratificação do Acordo, os dois órgãos assumirão o compromisso de cooperarem mutuamente em ações de programas implementados pelo MTE que atendam aos povos indígenas. Sendo que as ações conjuntas deverão orientar-se ao etnodesenvolvimento; à inclusão econômica das comunidades indígenas (com ênfase no respeito a sócio diversidade brasileira e a sustentabilidade nos seus aspectos econômico, social, ambiental e cultural); à educação e capacitação; bem como à inclusão social de jovens e mulheres.

Importante ressaltar que atualmente a Funai já é parceira do MTE em projetos importantes como o Consórcio Social da Juventude Indígena do Xingu e o Projeto Brasil Local voltado à comunidades indígenas.

Consórcio Social da Juventude Indígena - Firmado em 2007 com o Instituto Raoni, o Consórcio visa proporcionar a capacitação de mil jovens indígenas - entre 16 e 24 anos - em diversos arcos ocupacionais, tais como: pesca e piscicultura, produção de audiovisual e comunicação, agroextrativismo, joalheria, artesanato e vestuário, brigadista de incêndio e agente ambiental.

A iniciativa abrangerá a região do Xingu, estados do Mato Grosso e do Pará, municípios de Colíder (MT), Alta Floresta (PA) e Territórios da União (Parques Nacionais Indígenas). Este território é superior a 8 milhões de quilômetros quadrados, o que equivale à área territorial da França e da Bélgica juntas.

Brasil Local - Outro programa desenvolvido pelo Ministério do Trabalho e Emprego, por meio da Secretaria de Economia Solidária (Senaes), é o Brasil Local. Com um trabalho que tem por objetivo a estruturação de cadeias produtivas geradoras de emprego e renda, ele conta com a participação de índios locais como agentes de fomento nas comunidades.

Ao todo já são 14 agentes presentes em quatro estados brasileiros: Amazonas (Região do Alto Solimões), Roraima, Espírito Santo e Bahia. Em Rondônia, o projeto também desenvolve ações em comunidades indígenas, no entanto nestes territórios étnicos o trabalho é desenvolvido por agentes não indígenas.

O principal foco é criar na comunidade formas de auto-sustentabilidade através da constituição de empreendimentos autogestionários com destaque para produção artesanal e agroextravista.

Assessoria de Imprensa do MTE
(61) 3317 - 6537/2430 - acs@mte.gov.br

Veja no site MTE Acordo de Cooperação