terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Programação da Economia Solidária no Fórum Social Mundial disponível no site do FBES


Economia Solidária promoverá mais de 100 atividades durante o Fórum Social Mundial.

Com temas variados e muita criatividade os Fóruns Estaduais preparam-se para os debates e já contam com mais de 600 participantes.

Confira a programação: AQUI



sábado, 17 de janeiro de 2009

Relações comunitárias se fortalecem com a criação do Banco Tupinambá em Mosqueiro/PA

Na Amazônia também tem moeda social e economia solidária!

Somam-se 29 integrantes à Rede Brasileira de Bancos Comunitários. Contará, a partir de agora, com um olhar, perfil e expectativas amazônicos nas suas discussões.

Levar soluções de conveniência bancária, crédito produtivo orientado e desenvolvimento local sustentável, é uma proposta do Instituto Palmas de Desenvolvimento, da Fundação Banco do Brasil, do Departamento de Fomento da SENAES/MTE, do próprio Banco do Brasil e da comunidade local que integra o movimento de economia solidária.

Nesta parceria, cabe ao BB, por intermédio do Banco Popular do Brasil, a disponibilização da tecnologia, equipamentos, recursos financeiros para linha de microcrédito produtivo orientado e produtos, além dos serviços de microfinanças (conta corrente simplificada, seguro popular etc) –, pagamento de aposentados do INSS, pagamentos e recebimentos e outros serviços bancários. Além destas funções, será disponibilizada a moeda social Moqueio para estimular o comércio local e aumentar a riqueza circulante na comunidade. Moqueio é o trabalho desenvolvido pelos indígenas para a conservação de alimentos. Para fortalecimento desta proposta muitos estabelecimentos comerciais da Ilha já estão credenciados para receber a moeda social.

Tupinambá - Este é o nome escolhido para o banco comunitário, que será instalado na Ilha do Mosqueiro, distante 70km de Belém.

Esta idéia foi apresentada pela Associação de Mulheres Pescadoras e as Associações de Artesãos, definindo entre outras questões, que se utilizaria a metodologia aplicada pelo Instituto Palmas de Fortaleza. Isso anima o Governo Federal, através da Secretaria Nacional de Economia Solidária - SENAES, em promover uma política pública desta natureza, o Banco do Brasil em realizar a sua função socioeconômica e o Instituto Palmas em replicar a sua tecnologia para além do Estado do Ceará.

A parcerias crescem dentro do setor, isso tudo fruto de um trabalho árduo de pessoas comprometidas com a Economia Solidária, em sua proposta de autogestão, empoderamento, independência, democracia e solidariedade.

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

A "CARA" DE RONDÔNIA NO FÓRUM SOCIAL MUNDIAL

Mirian (Associação de Catadores da Vila Princesa), Andréa (Projeto Brasil Local e Fórum Ecosol), Ras Uilivan (Banda Leão do Norte e Aluandê Capoeira Angola), Joice (Pastoral da Criança), Ana Cláudia (Projeto Terra sem Males/CPT), Jô (AACCJ), Lídia (Conselho de Saúde), Ana (Grupo do Cipó) - (abaixo) Cleide (Grupo Raiz - Mulheres Negras), Naudicélia e Marcio (CPPT/CUNIÃ).

Na tarde desta terça-feira (13), o Projeto Brasil Local, Fórum de Economia Solidária e CPPT/CUNIÃ, realizaram atividade preparatória da Caravana Economia Solidária Rondônia rumo ao Fórum Social Mundial/2009.

O grupo está parcialmente reunido nesta atividade, pois a previsão já chega a estimar 47 participantes.

O objetivo foi apresentar em linhas gerais os temas que serão abordados durante o FSM, integrar os/as participantes da Caravana, apresentar o Fórum de Economia Solidária e Projeto Brasil Local aos que vem chegando, reafirmar os critérios de participação, organizar a dinâmica da Caravana etc.

"Serão 15 dias de convivência diária, precisamos concatenar nossa funcionalidade durante o evento, para que todos/as possam participar das atividades", afirma uma das participantes.

"A Economia Solidária é algo forte e nos afirmarmos neste movimento vai fortalecer nosso Estado", é o que diz a participante da Associação Artístico Cultural de Candeias do Jamari.

"Rondônia tem que participar do FSM, principalmente por ser uma versão amazônica".

"A Economia Solidária deve sempre estar de mãos dadas com a cultura de raiz".

Alguns fragmentos de pensamentos afirmam a construção de uma consciência na perspectiva da Economia Solidária.

"Quando me dei conta
Eu cantava Amazônia
Era um rio de beleza
Navegando em minha voz"
(Nilson Chaves)

Rondônia realizará caravana autogestionária da Economia Solidária rumo ao Fórum Social Mundial em Belém/PA

A Caravana da Economia Solidária/RO quer integrar às atividades do segmento durante o Fórum Social Mundial que acontecerá em Belém do Pará, de 26/01 à 01/02/2009, pelo menos 47 pessoas de 35 instituições solidárias do Estado.

Um dos impulsos a participação de Rondônia no Fórum Social Mundial 2009, foi o seu caráter especialmente amazônico.


Num esforço conjunto, o Fórum Brasileiro de Economia Solidária, o Fórum Estadual, o Projeto Brasil Local/FUBRA/ SENAES/MTE, o SEBRAE/RO, o Centro de Pesquisa de Populações Tradicionais - CPPT Cuniã, a Coordenadoria de Mulheres e Secretaria de Desenvolvimento Social e Econômico da Prefeitura Municipal de Porto Velho, o Conselho Estadual de Saúde, a EMATER/RO, o Projeto Terra sem Males, Cáritas, Instituto Marista de Solidariedade, o Ministério do Desenvolvimento Agrário através da Delegacia Federal em Rondônia e do PPIGRE, Fórum de Empreendedores do Estado do Pará e Empreendimentos locais conseguimos mobilizar recursos e articular espaços para realizar esta ação, importante para dar visibilidade do movimento, da produção, da cultura local e entre outros aspectos, oportunizar o acesso as informações e troca de saberes entre várias comunidades, principalmente entre os povos indígenas, quilombolas, ribeirinhos, comercialização na Feira Internacional de Economia Solidária.

A construção do Território da Economia Solidária também será resultado deste esforço coletivo.

Uma das metas da Caravana também é agregar uma grande quantidade de mulheres. O que está se configurando. São mulheres de associações ribeirinhas, quilombolas, indigenas, catadoras, artesãs, de assessorias e da gestão pública. O feminino movimenta a Economia Solidária no pais com mais de 50 % de participação nos empreendimentos solidários. Em Rondônia não é diferente.

Pelo menos 14 grupos da Ecosol Rondônia participarão da Feira Internacional da Economia Solidária, distribuídos em 07 (sete) estandes.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Fundação Cultural Palmares certifica mais 37 comunidades quilombolas no Brasil

Em dezembro/2008, o Diário Oficial da União publicou a Portaria nº 94, que registra mais 37 comunidades como remanescentes de quilombo. Do total, 14 comunidades são do Maranhão, 9 da Bahia, 3 da Paraíba, 3 do Rio Grande do Sul; e 2 em Pernambuco e Minas Gerias, cada uma. Os estados de Goiás, Ceará, Rio de Janeiro e Tocantins tiveram uma comunidade remanescente de quilombo reconhecida em cada estado.

A certificação ocorreu conforme as declarações de auto-reconhecimento de cada comunidade, respeitando o Decreto nº 4.887/2003 e a Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) sobre os povos indígenas e tribais. A partir de agora, todas essas comunidades podem fazer parte de programas governamentais, como o Fome Zero e o Luz para Todos.


Na seqüência, o processo segue para o Incra, onde será elaborado o Relatório Técnico de Identificação e Delimitação (RTID) das comunidades. Depois do reconhecimento, segue a etapa de desintrusão, na qual são identificados os imóveis rurais dentro do perímetro da comunidade quilombola. Nesta fase, os imóveis particulares são desapropriados e as famílias não-quilombolas que se enquadrarem no Plano Nacional de Reforma Agrária serão reassentadas pelo Incra. A quarta e última fase é a titulação, na qual a comunidade quilombola recebe um único título correspondente à área total.


A Fundação Cultural Palmares é responsável por promover políticas públicas voltadas para a população negra, visando à preservação de seus valores culturais, sociais e econômicos e, ainda, pela promoção e apoio de pesquisas e estudos relativos à história e à cultura dos povos negros e pela inclusão dos afro-brasileiros no processo de desenvolvimento.


Procedimento


Consideram-se remanescentes das comunidades dos quilombos os grupos étnicos raciais, segundo critérios de autodefinição de cada comunidade, desde que tenham trajetória histórica própria, dotados de relações territoriais específicas, com presunção de ancestralidade negra relacionada com formas de resistência à opressão histórica sofrida.


Para a emissão da certidão de autodefinição como remanescente dos quilombos deverão ser adotados os procedimentos previstos no Decreto nº 4.887/2003 e na Portaria Interna da Fundação Cultural Palmares nº 98, de 2007. Os quilombolas devem fazer uma declaração de auto-reconhecimento e enviar para a FCP, que registra no Livro e emite a certidão.


Até hoje já foram reconhecidas 1.289 comunidades remanescentes de quilombos no país.

Confira abaixo quais comunidades foram certificadas:



Fonte: Marcus Bennett - ACS/FCP/MinC

Fundação Cultural Palmares

sábado, 10 de janeiro de 2009

'Fingi ser gari por 8 anos e vivi como um ser invisível'

Psicólogo varreu as ruas da USP para concluir sua tese de mestrado da 'invisibilidade pública'. Ele comprovou que, em geral, as pessoas enxergam apenas a função social do outro. Quem não está bem posicionado sob esse critério, vira mera sombra social.
Plínio Delphino, Diário de São Paulo.


O psicólogo social Fernando Braga da Costa vestiu uniforme e trabalhou oito anos como gari, varrendo ruas da Universidade de São Paulo. Ali,constatou que, ao olhar da maioria, os trabalhadores braçais são 'seres invisíveis, sem nome'. Em sua tese de mestrado, pela USP, conseguiu comprovar a existência da 'invisibilidade pública', ou seja, uma percepção humana totalmente prejudicada e condicionada à divisão social do trabalho, onde enxerga-se somente a função e não a pessoa. Braga trabalhava apenas meio período como gari, não recebia o salário de R$ 400 como os colegas de vassoura, mas garante que teve a maior lição de sua vida:

'Descobri que um simples bom dia, que nunca recebi como gari, pode significar um sopro de vida, um sinal da própria existência', explica o pesquisador.

O psicólogo sentiu na pele o que é ser tratado como um objeto e não como um ser humano. 'Professores que me abraçavam nos corredores da USP passavam por mim, não me reconheciam por causa do uniforme. Às vezes,esbarravam no meu ombro e, sem ao menos pedir desculpas, seguiam me ignorando, como se tivessem encostado em um poste, ou em um orelhão',diz. Apesar do castigo do sol forte, do trabalho pesado e das humilhações diárias, segundo o psicólogo, são acolhedores com quem os enxerga. E encontram no silêncio a defesa contra quem os ignora.

Diário - Como é que você teve essa idéia?
Fernando Braga da Costa - Meu orientador desde a graduação, o professor José Moura Gonçalves Filho, sugeriu aos alunos, como uma das provas de avaliação, que a gente se engajasse numa tarefa proletária. Uma forma de atividade profissional que não exigisse qualificação técnica nem acadêmica. Então, basicamente, profissões das classes pobres.

Diário - Com que objetivo?
A função do meu mestrado era compreender e analisar a condição de trabalho deles (os garis), e a maneira como eles estão inseridos na cena pública. Ou seja, estudar a condição moral e psicológica a qual eles estão sujeitos dentro da sociedade. Outro nível de investigação, que vai ser priorizado agora no doutorado, é analisar e verificar as barreiras e as aberturas que se operam no encontro do psicólogo social com os garis.

Diário - Que barreiras são essas, que aberturas são essas, e como se dá a aproximação? Quando você começou a trabalhar, os garis notaram que se tratava de um estudante fazendo pesquisa?
Eu vesti um uniforme que era todo vermelho, boné, camisa e tal. Chegando lá eu tinha a expectativa de me apresentar como novo funcionário, recém-contratado pela USP pra varrer rua com eles. Mas os garis sacaram logo, entretanto nada me disseram. Existe uma coisa típica dos garis: são pessoas vindas do Nordeste, negros ou mulato sem geral. Eu sou branquelo, mas isso talvez não seja o diferencial,porque muitos garis ali são brancos também. Você tem uma série de fatores que são ainda mais determinantes, como a maneira de falarmos, o modo de a gente olhar ou de posicionar o nosso corpo, a maneira como gesticulamos.. Os garis conseguem definir essa diferenças com algumas frases que são simplesmente formidáveis.

Diário - Dê um exemplo.
Nós estávamos varrendo e, em determinado momento, comecei a papear com um dos garis.De repente, ele viu um sujeito de 35 ou 40 anos de idade,subindo a rua a pé, muito bem arrumado com uma pastinha de couro na mão.O sujeito passou pela gente e não nos cumprimentou, o que é comum nessas situações. O gari, sem se referir claramente ao homem que acabara de passar, virou-se pra mim e começou a falar: 'É Fernando, quando o sujeito vem andando você logo sabe se o cabra é do dinheiro ou não. Porque peão anda macio, quase não faz barulho. Já o pessoal da outra classe você só ouve o toc-toc dos passos. E quando a gente está esperando o trem logo percebe também: o peão fica todo encolhidinho olhando pra baixo. Eles não. Ficam com olhar só por cima de toda a peãozada, segurando a pastinha na mão'.

Diário - Quanto tempo depois eles falaram sobre essa percepção de que você era diferente?
Isso não precisou nem ser comentado, porque os fatos no primeiro dia de trabalho já deixaram muito claro que eles sabiam que eu não era um gari.Fui tratado de uma forma completamente diferente. Os garis são carregados na caçamba da caminhonete junto com as ferramentas. É como se eles fossem ferramentas também. Eles não deixaram eu viajar na caçamba,quiseram que eu fosse na cabine. Tive de insistir muito para poder viajar com eles na caçamba. Chegando no lugar de trabalho, continuaram me tratando diferente.As vassouras eram todas muito velhas. A única vassoura nova já estava reservada para mim. Não me deixaram usar a pá e a enxada, porque era um serviço mais pesado. Eles fizeram questão de que eu trabalhasse só com a vassoura e, mesmo assim, num lugar mais limpinho, e isso tudo foi dando a dimensão de que os garis sabiam que eu não tinha a mesma origem socioeconômica deles.

Diário - Quer dizer que eles se diminuíram com a sua presença?
Não foi uma questão de se menosprezar, mas sim de me proteger.

Diário - Eles testaram você?
No primeiro dia de trabalho paramos pro café.. Eles colocaram uma garrafa térmica sobre uma plataforma de concreto. Só que não tinha caneca. Havia um clima estranho no ar, eu era um sujeito vindo de outra classe, varrendo rua com eles. Os garis mal conversavam comigo, alguns se aproximavam para ensinar o serviço. Um deles foi até o latão de lixo pegou duas latinhas de refrigerante cortou as latinhas pela metade e serviu o café ali, na latinha suja e grudenta. E como a gente estava num grupo grande, esperei que eles se servissem primeiro. Eu nunca apreciei o sabor do café. Mas, intuitivamente, senti que deveria tomá-lo, e claro, não livre de sensações ruins. Afinal, o cara tirou as latinhas de refrigerante de dentro de uma lixeira, que tem sujeira, tem formiga, tem barata, tem de tudo. No momento em que empunhei a caneca improvisada, parece que todo mundo parou para assistir à cena, como se perguntasse:'E aí, o jovem rico vai se sujeitar a beber nessa caneca?' E eu bebi. Imediatamente a ansiedade parece que evaporou. Eles passaram a conversar comigo, a contar piada, brincar.

Diário - O que você sentiu na pele, trabalhando como gari?
Uma vez, um dos garis me convidou pra almoçar no bandejão central. Aí eu entrei no Instituto de Psicologia para pegar dinheiro, passei pelo andar térreo, subi escada, passei pelo segundo andar, passei na biblioteca, desci a escada, passei em frente ao centro acadêmico, passei em frente a lanchonete, tinha muita gente conhecida. Eu fiz todo esse trajeto e ninguém em absoluto me viu. Eu tive uma sensação muito ruim. O meu corpo tremia como se eu não o dominasse, uma angustia, e a tampa da cabeça era como se ardesse, como se eu tivesse sido sugado. Fui almoçar,não senti o gosto da comida e voltei para o trabalho atordoado.

Diário - E depois de oito anos trabalhando como gari? Isso mudou?
Fui me habituando a isso, assim como eles vão se habituando também a situações pouco saudáveis. Então, quando eu via um professor se aproximando - professor meu - até parava de varrer, porque ele ia passar por mim, podia trocar uma idéia, mas o pessoal passava como se tivesse passando por um poste, uma árvore, um orelhão.

Diário - E quando você volta para casa, para seu mundo real?
Eu choro. É muito triste, porque, a partir do instante em que você está inserido nessa condição psicosocial, não se esquece jamais. Acredito que essa experiência me deixou curado da minha doença burguesa. Esses Homens hoje são meus amigos. Conheço a família deles, freqüento a casa deles nas periferias. Mudei. Nunca deixo de cumprimentar um trabalhador.Faço questão de o trabalhador saber que eu sei que ele existe. Eles são tratados pior do que um animal doméstico, que sempre é chamado pelo nome. São tratados como se fossem uma 'COISA'.
***


A falta de Humildade impressiona e isso não acontece somente com garis....

Educação, esse é o pior problema do nosso país, vivo batendo nessa tecla!


Fonte: Pingo nos is

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Amazônia é território e protagonista no Fórum Social Mundial 2009


De 27 de janeiro a 1° de fevereiro a cidade de Belém deixa de ser a capital do Pará para se tornar o centro de toda a Pan-Amazônia

A Pan-Amazônia será o território da 8ª edição do Fórum Social Mundial. Durante seis dias, Belém, a capital do Pará, no Brasil, assume o posto de centro de toda a região para abrigar o maior evento altermundista da atualidade que reúne ativistas de mais 150 países em um processo permanente de mobilização, articulação e busca de alternativas por um outro mundo possível, livre da política neoliberal e todas as formas de imperialismo.

Composta por Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela, além da Guiana Francesa, a Pan-Amazônia é conhecida pela riqueza da maior biodiversidade do planeta e pela força e tradição dos povos e das entidades que constroem um movimento de resistência na perspectiva de um outro modelo de desenvolvimento.

Em reunião do Conselho Internacional (CI) do FSM, realizada entre 30 de março de 3 de abril, em Ambuja, Nigéria (África), ficou decidido que o FSM 2009 Amazônia será realizado no período de 27 de janeiro a 1º de fevereiro de 2009, na cidade de Belém, Pará, Brasil, um dos países que compõem a Pan-Amazônia. Além da data e a arquitetura do Fórum a reunião sinalizou a decisão de que o território do FSM2009 será constituído pela Universidade Federal do Pará (UFPA), a Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA), todos localizados na avenida Perimetral, que está sendo chamada de "Corredor do FSM 2009 Amazônia".

Muito mais de um território para abrigar o FSM a Amazônia, representada por seus povos, movimentos sociais e organizações, será protagonista no processo e terá a oportunidade de fazer ecoar mundialmente suas lutas, além de tecer alianças continentais e planetárias.

A escolha da Pan-Amazônia

O Conselho Internacional do FSM composto por cerca de 130 entidades escolheu a Pan-Amazônia para sediar o FSM 2009 em reconhecimento ao papel estratégico que a região possui para toda a Humanidade. A região é uma das últimas áreas do planeta ainda relativamente preservada, em um espaço geográfico de valor imensurável por sua biodiversidade e que agrega um conjunto amplo e diverso de movimentos sociais, centrais sindicais, associações, cooperativas e organizações da sociedade civil que lutam por uma Amazônia sustentável, solidária e democrática, articuladas em redes e fóruns, construindo esse amplo movimento de resistência na perspectiva de um outro modelo de desenvolvimento.

O FSM 2009 Amazônia será guiado por três diretrizes estratégicas: - ser efetivamente um espaço onde se constroem alianças que fortalecem propostas de ação e formulação de alternativas; ser hegemonizado pelas atividades auto-gestionadas; e possuir um claro acento pan-amazônico.

Esse esforço e demanda da Pan-Amazônia foram reconhecidos e abraçados pelo CI e o resultado será uma das grandes novidades do FSM em sua 8ª edição, um dia inteiro dedicado à temática panamazônica.

O Dia da Pan-Amazônia: 500 anos de resistência afro-indígena e popular

O FSM 2009 Amazônia terá um dia a mais de atividades. O segundo dia da programação, no dia 28 de janeiro, será inteiramente dedicado a Pan-Amazônia. (Confira a programação)

Nesse dia, as vozes, os povos e as lutas da região serão levados ao mundo, representado pelos mais de 150 países que participam do FSM. O Dia da Pan-Amazônia será constituído de diversas atividades, como testemunhos, conferências, mesas –redondas, além de celebrações, mostras culturais e alguns grandes eventos, todos centrados no eixo: “500 Anos de Resistência Afro-Indígena e Popular”.

Outra grande novidade desse momento da programação é que diferente dos demais dias do FSM, nos quais todas as atividades são auto-gestionadas, a agenda do dia 28 será direcionada pelo Conselho do Fórum Social Pan-Amazônico e o Comitê Local de Belém, que no decorrer da preparação, deverão colher o máximo de sugestões dos povos da Pan-Amazônia e suas organizações.

A Festa da Aliança, na noite do dia 28, encerra o Dia da Pan-Amazônia e celebrará a aliança entre os povos da Amazônia com os povos de todas as regiões do mundo inteiro.

Extraído de: SISTEMA FBES

“FSM2009 e os atuais desafios da comunicação democrática: O paradoxo dos benefícios da sociedade em rede e as perigosas possibilidades da sociedade do controle” Por Everton Rodrigues

oiradar

Este texto está em construção, então, sinta-se a vontade para contribuir AQUI.

Ao analisar a história da existência da vida humana, veremos que a humanidade passou por profundas transformações. Essas mudanças são entendidas como: a evolução humana. Além disso, compreende-se que essas modificações possuem ligações com o desenvolvimento da tecnologia, quase que despercebidas pela sociedade.

Por exemplo: como seria o mundo de hoje se no período pré-histórico não tivéssemos adquirido conhecimento tecnológico para produzir e utilizar o fogo e a roda? É possível imaginar nossa sociedade sem essas duas ferramentas?

E se não tivéssemos passado pela revolução industrial? Fenômeno que impactou no processo de produção em grande escala e, com isso, construiu a sociedade do consumo.

Atualmente estamos passando por outras transformações, e o impacto destas atingem profundamente todos setores da sociedade, em suas relações econômicas, culturais e politicas .Ter acesso com velocidade a dados, informações e conhecimentos, é sinônimo de poder, e isto é uma revolução que leva diferentes nomes: a era digital, revolução da informação, sociedade da informação, era da informação, sociedade em rede, entre outras.

Em, 1957 os soviéticos lançaram o Sputnik (http://pt.wikipedia.org/wiki/Sputnik) o primeiro satélite artificial lançado ao espaço, que resultou no aumentou da corrida tecnológica na guerra fria, travada entre EUA e ex-URSS. Após esse acontecimento pioneiro da ex-URRS, os EUA com medo de um ataque nuclear estimulou o desenvolvimento de um sistema de comunicação que funcionava de forma descentralizada, e que conectava vários agentes, ou pontos de comunicação, para que, facilitasse a circulação de informações militares, nascendo assim a ARPANET.

Podemos dizer que este fato teve como resultado a fomentação de especialistas em tecnologia de computadores em rede, ou hackers, que já tinham iniciativas na área e trocavam conhecimentos nas universidades norte americanas. (Prossegue AQUI).

Acima ilustrando o texto, a “tira” “! Oi Radar! ” de Karlisson Bezerra. Karlisson é desenvolvedor web, ilustrador e programador nas horas vagas, responsável por Nerdson não vai à escola, um blog de quadrinhos sobre programação, arte e cultura digital. Quadrinhos feitos de nerd para nerds.

everton

EVERTON RODRIGUES é colaborador, 33 anos, educador popular, técnico e consultor em tecnologias livres, faz parte do Projeto Software Livre Brasil e do movimento de economia solidária. Trabalha atualmente na coordenação nacional e equipe de formacão do Projeto Casa Brasil - Mais informações em participantes. Para ler mais posts desse colaborador clique AQUI ou em Everton Rodrigues na coluna fixa ao lado, em colaboradores(as).

Fonte: Outra Economia Acontece RS

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Veja tabela final de atividades com data, local e horário no FSM 2009

Já está disponível para consulta e conhecimento a lista final de atividades autogestionadas no Fórum Social Mundial 2009 Amazônia.

Na listagem consta o nome da organização ou rede proponente, a atividade proposta, além da alocação de salas, datas e turnos.

Acesse a lista:

LISTA DE ATIVIDADES AUTOGESTIONÁRIAS

ATENÇÃO:

Algumas atividades autogestionadas foram alocadas nas Tendas Temáticas de UFRA e UFPA. A escolha pelas tendas foi feita para contemplar a demanda de público, pois os locais podem receber de 300 a 750 pessoas. Serão 14 tendas divididas entre as Universidades Federal e Federal Rural do Pará – cidade território do FSM – as quais também serão espaços de debates, seminários, conferências, assembléias e atividades culturais.

Caso sua atividade não esteja na tabela final (link acima), consulte no link abaixo a programação das tendas temáticas.


Tendas temáticas: atualizado em 07/01 as 12h30.

PROGRAMAÇÃO TENDAS TEMÁTICAS


Fonte: Fórum Social Mundial 2009 (para acessar maiores informações)

FSM de Belém: a hora das alternativas

fonte: Carta Maior e Ciranda

Os fóruns se caracterizaram pela afirmação de que “Outro mundo é possível”, diante da tentativa do “pensamento único”, do “Consenso de Washington” e do “fim da História”, de que as alternativas políticas deixariam de ter vigência diante de um modelo, que se pretendia incontornável, de “ajustes fiscais”

Emir Sader

O Fórum Social Mundial surgiu como alternativa ao Fórum Econômico de Davos, no auge do neoliberalismo no mundo. Primeiro houve as manifestações anti-Davos, na Suíça, até que os movimentos de resistência ao neoliberalismo - conforme proposta de Bernard Cassen - se propuseram a organizar um Forum Social Mundial, antagônico ao de Davos. Porto Alegre foi escolhida como sede, por estar na periferia do capitalismo - vitima preferencial das políticas neoliberais -, na América Latina - onde se desenvolviam lutas importantes de resistência, como a dos zapatistas, do MST, dos movimentos indígenas na Bolívia e no Equador, entre muitos outros -, no Brasil, pela importância que a esquerda brasileira passou a ter - com forças como o PT, a CUT, o MST, entre outras - e em Porto Alegre, pelas políticas de orçamento participativo.

A adesão de muitas forças políticas - de direita primeiro, depois nacionalistas e social democratas - ao mesmo modelo, poderia induzir à confirmação dessa via única.

O FSM se opunha frontalmente a essa interpretação reducionista, propondo-se a agrupar todas as forças de oposição ao neoliberalismo - cuja abrangência tinha sido confirmada pelas manifestações contra a OMC, começando por Seattle e estendendo-se depois por muitas outras cidades -, intercambiar experiências e coordenar suas lutas.

Numa primeira etapa, se tratou das lutas de resistência à “livre circulação do capital”, à ditadura da economia sobre a esfera social, ao mundo unipolar imperial estadunidense, à devastação ambiental, ao monopólio privado da mídia - entre tantas outras lutas. As mobilizações contra a guerra do Iraque foram o ponto mais alto dessa etapa - mesmo se as ONGs, predominantes na organização dos Fóruns, resistissem sempre à inclusão do tema da guerra e da paz na agenda principal dos encontros.

As sucessivas crises neoliberais - da mexicana à argentina, passando pela asiática, pela russa, pela brasileira - levaram ao esgotamento do modelo neoliberal e começaram a surgir governos eleitos nessa onda - começando pelo de Hugo Chavez, em 1988, sucedido pela impressionante sucessão de presidentes latino-americanos - Lula, Kirchner, Tabaré, Evo, Rafael Correa, Fernando Lugo - que expressavam a disputa pela hegemonia, que se passava a se colocar como central na luta contra o neoliberalismo.

Os Fóruns passaram a ter que enfrentar novos dilemas: que atitude tomas diante desses governos, que passaram a representar a avançada na luta contra o neoliberalismo e pela construção de alternativas a esse modelo? Não estavam preparados, porque tinha se organizado para a fase de resistência, limitando sua ação a uma suposta “sociedade civil”, excluindo a esfera política - e, com ela, os partidos, o Estado, os governos, a estratégia. Nesse marco, os Foruns foram girando em falso, deixando de ser o ponto mais alto na luta anti-neoliberal, transferido para governos, de maior ou menor ruptura com esse modelo.

O próximo Fórum, significativamente realizado na America Latina - elo mais fraco na cadeia neoliberal - tem a possibilidade de superar esse descompasso e redefinir sua esfera de atuação - tanto em relação a restabelecer, de outra forma, as relações entre a esfera social e a política, única forma de disputar uma nova hegemonia, de lutar realmente pela construção do “outro mundo possível”, como na luta contra as guerras imperiais estadunidenses. Seu cenário latino-americano favorece a forte marca continental que deve ter, com análise e balanço dos 10 anos transcorridos desde a eleição do primeiro governo alternativo no continente.

Por isso, serão temas centrais no Forum de Belém, uma nova arquitetura financeira mundial, a definição de plataformas pós-neoliberais, a construção de processos de paz justos nos epicentros da “guerra infinita” - Iraque, Afeganistão, Palestina, Colômbia -, o avanço na organização da imprensa pública alternativa, os caminhos da luta por um mundo multipolar - entre tantos outros. É o momento da construção de alternativas concretas ao neoliberalismo - a nível mundial, regional e local. É oportunidade do Fórum se reciclar e se colocar à altura do maior desafio que se coloca à esquerda na entrada do novo século. A América Latina tem avançado significativamente nessa direção. Resta ao FSM aceitar o desafio e reinsentar-se claramente na construção do “outro mundo possível”, que já começou, neste lado do mundo, justamente onde o FSM escolheu para sua sede privilegiada.