terça-feira, 31 de março de 2009

Unisol promove Encontro em Rondonia para discutir a Cadeia da Semente

Entre os dias 30/03 e 01/04, a UNISOL Brasil - União e Solidariedade das Cooperativas Empreendimentos de Economia Social do Brasil, realiza o I Encontro da Cadeia da Semente, que tem como objetivo discutir e planejar o funcionamento deste segmento na regiao norte.

Representantes de cinco estados do Norte (AC, RR, AM, PA, RO) participam dos debates, isto sem contar com a participação de outros representantes da Unisol, vindos do Ceara, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, ligados a Justa Trama.

Na oportunidade do Encontro, o Projeto Brasil Local e a Escola Chico Mendes/CUT apoiaram a participação do Presidente da Associação Quilombola do Forte Príncipe (ASQFORTE), Elvis Pessoa.

Elvis afirma que participar do encontro contribuirá com a compreensão do que e uma cadeia produtiva de economia solidária. Na região do Vale do Guaporé, sobretudo em Príncipe da Beira, existe potencial para extrativismo e beneficiamento de diversos tipos de sementes e cipós de forma sustentável. Algumas mulheres, incentivadas pelo Brasil Local, ja produzem o artesanato, porém ainda nos falta capacitação avançada e maquinário. Temos o interesse em participar deste contexto, uma vez que trabalhar em cadeia seria uma alternativa viável ao empreendimento. Envolveria homens, jovens e mulheres, nos processos de extrativismo e beneficiamento, garantindo renda com produtos dali mesmo da nossa região. O momento é para capacitação na pratica, pois tudo esta sendo discutido coletivamente entre os representantes dos vários estados. Para mim esta sendo muito rico. Quando voltar a comunidade quero repassar tudo o que foi discutido aqui.


Ainda estavam no Encontro, Jorge Streit (Fundação Banco do Brasil) e o Superintendente do Banco do Brasil/RO, que afirmaram a importância destas iniciativas solidárias no Estado e na Região Norte.


Segundo Streit, a Fundação Banco do Brasil tem priorizado apoio aos projetos que garantam o desenvolvimento das comunidades de forma integral, principalmente aqueles articulados em cadeia produtiva. Cita alguns exemplos de projetos, sobretudo das regiões norte e nordeste, em que a FBB atua como apoiador direto, como a Casa Apis (PI), o beneficiamento da mandioca na Bahia, Incubadoras, Inclusão Digital, Casa de Farinha no Acre, Agroecologia e Fruticultura em Rondônia, e uma serie de outros projetos desenvolvidos em parcerias. Enfatiza a importância de um outro programa, o BB Educar, na perspectiva de potencializar do saber nos empreendimentos solidários.

Segundo Nelsa Nespolo, no levantamento do primeiro dia do encontro, o projeto da Cadeia da Semente identifica o beneficio direto para aproximadamente 500 trabalhadores. O desafio agora é pensar o funcionamento deste grande empreendimento.

sexta-feira, 27 de março de 2009

Pacote prevê investimentos de R$ 34 bilhões para a construção de 1 milhão de moradias


O plano habitacional do governo Lula, anunciado nesta quarta-feira (25), prevê investimentos de R$ 34 bilhões para a construção de 1 milhão de moradias. As moradias serão feitas para as famílias com renda de até 10 salários mínimos. Do total de moradias que serão construídas, 400 mil serão destinadas a famílias com fonte de renda de até três salários mínimos. O governo federal espera, com o pacote, reduzir o déficit habitacional no país em 14%.

Inicialmente, o governo previu que todas as moradias estivessem prontas em dois anos, mas, de acordo com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, esse prazo dificilmente será cumprido.

"Se tudo estivesse pronto, preparado, a regularização fundiária concluída, poderia ser em dois anos. Mas temos a experiência do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) , em que todos eram especialistas em necessidade, mas nem tudo estava pronto que pudessemos gastar", disse Lula.

Minha Casa, Minha Vida

O plano, batizado de "Minha Casa, Minha Vida", entra em operação no dia 13 de abril. "Este não é um programa que é uma emergência ou um fator fora da curva. Ele dá sustentação à política de desenvolvimento de renda do governo federal. Também fortalece as famílias ao criar um espaço para eles criarem seus filhos", afirmou a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, no lançamento do pacote.

Os recursos serão distribuídos de acordo com os dados do IBGE sobre o déficit em cada região do país. As famílias com renda de até 3 salários mínimos terão subsídio integral do seguro de vida. O objetivo da medida é reduzir o valor das prestações. As famílias com renda de 3 a 10 salários mínimos terão redução dos custos com o seguro e acesso a um fundo garantidor, variando de acordo com a faixa em que está (de 3 a 6 mínimos e de 6 a 10).

A primeira prestação será paga somente na entrega do imóvel, e a prestação deverá comprometer apenas 20% da renda familiar. O pacote também prevê pagamento opcional de entrada pelo mutuário. Para famílias com renda de até 3 mínimos, a prestação (cujo valor mínimo é de R$ 50) pode comprometer apenas 10% da renda.

Para famílias de até 3 mínimos, não haverá pagamento dos custos cartoriais. "Nós vamos compatibilizar a prestação com a renda das famílias. Não dá para imaginar que com os custos de mercado a população de menor renda vá ter acesso a moradia sem interferência do governo", disse Rousseff.

Estão fora do programa os R$ 4,5 bilhões anteriormente disponíveis para habitação provenientes do FGTS.

Segundo a ministra, o programa prevê a simplificação da regularização fundiária urbana e terá a participação de Estados e municípios. "Vamos pedir terrenos. Sempre que houver uma participação dos Estados e municípios, pode-se aumentar o número de unidades."

Casa sustentável

As moradias construídas terão sistemas de captação de energia solar e aproveitamento da água da chuva, o que ajudará também na redução das contas dos mutuários, além de contribuir com a minimização da degradação do meio ambiente. “Lutamos muito por isso e está no Plano Clima, que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou em dezembro. Isso vai gerar economia para as famílias e deixar de emitir oitocentas e trinta mil toneladas de carbono”, ressaltou o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc.

Fundo garantidor

O fundo garantidor prevê o refinanciamento de parte das prestações, caso o mutuário perca sua fonte de renda. Para famílias com renda de três a cinco salários mínimos, será garantido o pagamento de até 36 prestações; para famílias com orçamento de cinco a oito salários mínimos, até 24 prestações; e para as famílias que recebem de oito a dez salários mínimos, 12 prestações.

Para ter acesso ao fundo é preciso ter efetuado o pagamento de no mínimo seis prestações do imóvel e é necessário também o pagamento mínimo de 5% da prestação que foi refinanciada. Este valor será devolvido como bônus quando o refinanciamento for pago.

O mutuário terá que solicitar formalmente seu refinanciamento, comprovando a situação de desemprego, a cada seis prestações requeridas.

O pacote também barateia o seguro de vida prevendo a quitação do financiamento pela União em caso de morte ou invalidez permanente do mutuário. A União também arcará com os custos de reparação de danos físicos ao imóvel.

Para cobertura de morte, invalidez e danos físicos no caso de um mutuário com mais de 61 anos, o custo atual do seguro corresponde a 35% da prestação. Com as novas medidas, o custo cairá para 6,64%, de acordo com a previsão do governo.

"O programa é ousado e de grande impacto na economia brasileira. Seguramente será um dos principais programas anticrise que este governo vai implementar" , afirmou o ministro da Fazenda Guido Mantega.

De acordo com Mantega, "a construção de 1 milhão de moradias pode gerar 1,5 milhão de empregos e gerar um PIB adicional de 2% na economia."

Segundo o ministro das Cidades, Mário Fortes, "haverá uma destinação privilegiada do registro das moradias para a mulher. Também vamos priorizar os mutuários portadores de deficiência e idosos. Este é um programa abrangente e vamos atender a todos."

Fortes afirmou que um volume significativo de recursos será liberado para movimentos sociais. Ainda segundo o ministro, no projeto "o mais significativo é que estão lançadas as bases de um processo que pode ser definitivo para zerar o déficil habitacional. "

Para Wilson Amaral, presidente da construtora e incorporadora Gafisa, o plano "trará a mobilização de centenas, milhares de empresários do setor de construção." "Teremos números bons para mostrar num horizonte de meses. Não é nada de longo prazo. E vai durar muito mais depois da crise. Não vai morrer daqui um ano ou dois", projetou Amaral.

Pacote contra a crise

Inicialmente, o governo planejou a construção de 200 mil casas como uma das medidas de combate à crise econômica mundial. O número subiu para 500 mil, até chegar ao total de 1 milhão.

Antes de anunciar o pacote, o governo realizou vários encontros com governadores e prefeitos, essencialmente para saber quais as contribuições que Estados e municípios poderiam dar para reduzir os custos do financiamento. Uma das ideias era a disponibilização de áreas para a construção das casas.

Informações Portal UOL e Agência Brasil

Faces do Comercio Justo e Solidario - Cineclube Polis

http://cineclubepolis.files.wordpress.com/2009/03/convite_cineclube-02-04-2009-copy.jpg

Cineclube Pólis exibe Faces do Comércio Justo e Solidário no Brasil
dia 02 de abril às 19h00

O Cineclube Pólis promove o lançamento do vídeo "Faces do Comércio Justo e Solidário no Brasil" realizado pela ONG Faces do Brasil. A sessão contará com debate com a presença dos realizadores do filme e organizações que atuam no campo da economia solidária e comércio justo.

Endereço Cineclube Pólis
RUA ARAÚJO, 124, CENTRO
ESQUINA COM A GAL. JARDIM, PRÓXIMO AO METRÔ REPÚBLICA
VER NO MAPA


Assista ao trailler do filme no blog do Cineclube Pólis

Dia 02 de abril às 19h
[LANÇAMENTO]
Faces do Comércio Justo e Solidário no Brasil
(Brasil - cor - DV - 35 minutos, 2009)

O filme retrata cenas e falas de produtores, comerciantes, consumidores e atores do movimento do Comércio Justo e Solidário no Brasil, a partir das reflexões e experiências registradas nas oficinas formativas e visitas a campo realizadas pelo Projeto "Sistema Nacional de Comércio Justo e Solidário", em 25 casos de comercialização solidária existentes e atuantes nas cinco regiões brasileiras.

Dividido em três partes, o filme aborda o sentido do comércio justo e solidário: sua razão de ser e existir; para se seqüenciar nos princípios e critérios desta proposta no Brasil: autogestão, equidade de gênero, respeito às relações trabalhistas e agregação justa de valor, entre outros; finalizando-se com falas sobre os limites e as dificuldades da comercialização solidária que já acontece no Brasil.

Fruto de um projeto desenvolvido pelo Faces e seus membros, em parceria com a Secretaria Nacional de Economia Solidária e Fundação Banco do Brasil, este vídeo se coloca como uma ferramenta pedagógica e de comunicação a serviço do CJS no Brasil.

Fonte:
Rosemary Gomes e Fabiola Zerbini
Cineclube Polis Wordpress

Participe! Debata! Contribua!

O Sistema do FBES ainda está em desenvolvimento, mas agora é a etapa em que vamos definir o seu nome e a sua identidade, que são de grande importância para a continuidade de sua construção. Na IV Plenária de Economia Solidária, em março de 2008, foram levantados alguns nomes iniciais, que serão apresentados a seguir, além de outros que foram sugeridos no meio do caminho.

Antes de você contribuir, é importante que tenha uma idéia clara sobre o que é o sistema do FBES e, principalmente, o que SERÁ!! Por isso, pedimos que leia o texto abaixo com bastante atenção. O Sistema é mais que apenas um local de relacionamentos das/os militantes da Economia Solidária e dos empreendimentos solidários: é um instrumento para a articulação comercial, política, cultural e social, e também para a gestão dos empreendimentos e organização de consumidores!!

Uma dica: na hora de escolher ou sugerir um nome, vale lembrar que o Sistema FBES pode se tornar uma referência "para" e "sobre" a economia solidária. Portanto, é bom pensarmos em passar uma mensagem clara pelo nome, facilitando a identificação da "Economia Solidária" não apenas para as pessoas envolvidas com o tema, mas também para o público em geral.

Como participar?

Abaixo segue o texto de apresentação sobre o sistema. Depois que você tiver lido e "entrado no clima" do que é o Sistema, leia os nomes já propostos até aqui, que aparecem logo em seguida ao texto.

Você poderá então ver os comentários que já foram feitos clicando em "comentários". E você pode contribuir clicando em "Enviar comentário".

Assim teremos um debate vivo e dinâmico: cada um e cada uma defendendo suas idéias, dando seus argumentos e contribuindo nesta construção.

Quando tivermos avançado bem nisso, faremos uma votação em cima dos nomes que forem mais defendidos aqui. Mas isso será outra etapa, que explicaremos depois...

Boa sorte!

Texto de inspiração: O que é o sistema FBES

Imagine ter um site só para o seu empreendimento solidário, uma lugar na internet para apresentar a história e o trabalho do seu grupo, ter uma vitrine de seus produtos ou serviços, fazer contatos e utilizar esse endereço virtual inclusive nos seus materiais de divulgação e cartão de visitas.

Imagine
um espaço que permita a articulação entre empreendimentos solidários, seja no território, tematicamente ou economicamente, por meio de redes e cadeias solidárias. Um lugar na web em que você fique sabendo de todos os eventos, documentos, grupos e pessoas relacionados a este território, tema ou setor econômico.

Imagine
uma ferramenta que possibilte organizar compras coletivamente com outras pessoas, para adquirir produtos diretamente de empreendimentos solidários de todo o país.

Imagine
um instrumento que identifique empreendimentos solidários com potencial para fornecer matéria-prima para o seu grupo ou ser comprador de seus produtos ou serviços solidários.

Imagine
um espaço onde você pode montar comunidades virtuais de interesses (do tipo do orkut, mas relacionados à economia solidária), ter amigos, arquivar seus documentos, ter seu álbum de fotos, organizar sua agenda de eventos e detectar eventos do seu interesse em todo o país, automaticamente.

Imagine ferramentas que possibilitem ao seu fórum estadual ou entidade localizar potencialidades de logística solidária entre empreendimentos, visualizando concentrações de oferta e demanda, e permitindo pensar na criação de novos empreendimentos solidários para fazer estas pontes.

Primeiras propostas de nomes

  • Anheteguá ('verdade' ou 'liberdade' em guarani)
  • Cirandas
  • Colabora
  • Computroca
  • Concrilili
  • Consolidário
  • Ecocomunica
  • Egbé ('comunidade' em Iorubá)
  • E_solidaria (ou e-solidaria)
  • Feira na rede (FeiraNaRede.net)
  • Hereamu ('reunião' em Yanomami)
  • Infosol
  • Kutukando
  • NÓS
  • e-feira

Para opinar siga por AQUI

quinta-feira, 26 de março de 2009

Economia Solidaria - 41 moedas sociais circulam no Brasil

O Brasil tem uma bandeira, um presidente, um brasão, um hino e... 41 moedas em circulação. Além do real, os moradores de São João do Arraial, Piauí, podem fazer compras e receber parte do salário em notas de cocal. Em Alcântara, Maranhão, é possível usar o guará. Em Cariacica, Espírito Santo, o comércio aceita o girassol. Em Dourados, Mato Grosso do Sul, dá para fazer pequenos negócios com o pirapirê. Cocal, guará, girassol e pirapirê são algumas das moedas emitidas pelos 40 bancos comunitários do país. Cada uma delas circula em um município pequeno, de até 50 mil habitantes, ou em um bairro afastado e pobre. Essas notas só são válidas na região de atuação de cada banco comunitário. A cotação oficial é idêntica à da moeda nacional: 1 guará vale R$ 1.

A Rede de Bancos Comunitários, uma espécie de Febraban dessas mini-instituições, calcula que estejam circulando o equivalente a R$ 80 mil em moedas alternativas, em oito Estados brasileiros, uma quantidade ainda pequena. Mas, de acordo com o governo federal, a circulação dessas moedas deverá quadruplicar até 2010. Pelos planos oficiais, elas estarão presentes em todos os Estados.

Leia a integra AQUI ou AQUI

Trabalhadores da Economia Solidaria em Juiz de Fora/MG realizam I Seminario de Economia Solidaria e Etnodesenvolvimento

Fonte: Etnodesenvolvimento wordpress

Nos dias 20 e 21 de março foi realizado o I seminário de Etnodesenvolvimento e Economia Solidária em Juiz de Fora com a participação três vereadores do Partido do Trabalhadores, cooperativa dos professores de capoeira, representantes dos catadores, empreendimentos etnicos, incubadora da universidade de Juiz de Fora, representantes do Fórum regional de economia solidária da Zona da Mata, representantes do Movimento Negro Unificado, representantes sindicalistas, SENAES, cooperativa social de portadores de necessidades especias e IVOZ.

Criado a REDE DE ETNODESENVOLVIMENTO E ECONOMIA SOLIDÁRIA de Juiz de Fora e região .

Como deliberação foi formulada e aprovada a carta de príncipios da Rede

REDE DE ATIVISMO DA ECONOMIA SOLIDÁRIA E ETNODESENVOLVIMENTO

CARTA DE PRINCÍPIOS

A terra é um espaço gerador de sociabilidade, ora, logo temos então um locus de preservação cultural que ao mesmo tempo é uma

reconstrução cultural. Dessa maneira, é comum e eficiente se descrever o

conceito afrodescendente como o indivíduo que se recria através da

metamorfose cultural ante as intempestivas investidas conjunturais do

pensamento eurocêntrico, que se dirige aos diferentes espaços do mundo.

O negro brasileiro, doravante, inicia seu processo de filosofia hermética.

A luta por ‘posição’ é a lógica que justifica e rege os ideais, e firma

categoricamente a concepção de identidade dentro da nação brasileira.

Sociologicamente pode-se dizer que os afrodescendentes reiniciaram o

processo de civilização interrompido na África. Os negros se fazem presentes na

luta de seu espaço transformando brandamente as relações do ‘Capital’.”

Luis Felipe da Silva Nascimento

Os trabalhadores da Economia Solidária do Município de Juiz de Fora e região da Zona da Mata, vem a público apresentar sua Carta de Princípios, aprovada durante a realização do I Seminário de Economia Solidária e Etnodesenvolvimento realizado nos dias 20 e 21 de março de 2009 no Auditório do Sindicato dos Metalúrgicos, sito à Rua Floriano Peixoto, nº 72, em Juiz de Fora – MG .

Está em curso um outro modelo de processo civilizatório a partir do qual a humanidade reedita marcos identitários capazes de revigorar valores éticos suficientes para transportar as populações, particularmente aquelas historicamente excluídas dos privilégios hierarquizados, a uma posição de vida humanizada, emancipada e autogestionável. Os atuais símbolos de poder e hegemonia, mais do que nunca, sentem estremecer o chão a seus pés, com perspectivas definitivamente comprometedoras das premissas de reversão do quadro de instabilidade financeira, econômica e cultural na forma como se apresenta, desde a fundação do Estado Moderno. Por meio de uma releitura crítica sobre os ideários desestruturantes promovidos pelo acúmulo de bens materiais, exploração e expropriação de conhecimentos e elaborações culturais, exaberbação dos individualismos, destruição da natureza pela poluição do ar e das águas, desmatamentos, indústria de armamentos, fundamentalismos e racismos, a humanidade percebe o grande equívoco provocado pela idéia de que o ser humano era o centro do sistema.

O outro mundo possível, cujas matrizes encontram-se em desenvolvimento, assenta-se em premissas distintas das fundadas pela racionalidade ocidentalizadora, das quais o principal legado às futuras gerações é a desigualdade em todos os níveis, o trabalho alienante como forma de sobrevivência, o não acesso à educação de boa qualidade, os serviços de atendimento à saúde privatizados, a violência institucionalizada. Nele, as interações humanas ocorrem solidariamente, coletivamente, com a possibilidade de transformar os possíveis conflitos em traços identitários de humanização e auto-emancipação. Permite a condução da humanidade das periferias para o núcleo central numa perspectiva filosófica e propositiva, num perene ir e vir, reconstrutor das práticas a serem vivenciadas em sociedade. Tem por inspiração o patrimônio histórico das ancestralidades. Em consequência, ao exercitar uma nova ética, respeitando os saberes locais, ancestrais, endógenos e participativos, nas relações com o Estado fará surgir outra economia sob princípios de autogestão e solidariedade; etnodesenvolvimentistas.

Inúmeras experiências vêm se acumulando no decorrer da história neste sentido, desde as organizações quilombolas, cujo exemplo mais significativo em território brasileiro, se traduz na histórica luta de Palmares. Podem então ser citados: o Banco Quilombola, Moda e Estética Afro, as Casas de Farinha, Artesanato, Turismo Étnico, Pesca Artesanal, Empreendimentos Culturais, entre outras iniciativas no interior da atual sociedade.

Orientam-se pelos princípios da economia solidária: uso responsável dos recursos naturais, o comércio justo e solidário, a democratização do acesso a tecnologias, decisão coletiva dos recursos econômicos e o combate a todas as formas de discriminação e exploração do trabalho.

Esse transcorrer histórico e solidário transforma-se cotidianamente por meio da reflexão e socialização dos conhecimentos reelaborados e sitematizados, rompendo com a lógica exclusivista da dimensão econômica para galgar os universos interacionais da simbologia e das subjetividades, desconstruindo assim a crença taylorista que prevê o engajamento dos trabalhadores unicamente pelo viés econômico e material.

Na linha do tempo histórico, distancia-se dialeticamente da mera linearidade, transpondo os tempos rumo ao outro mundo possível, no qual, sem abrir mão dos saberes tradicionais, do conhecimento ancestral, avança para as interrelações transdisciplinares com o Estado.

Sob esta ótica, numa perspectiva das cosmovisões historicamente negadas, revisita-se a proposição Raça e Território (MNU – 1998) adentrando de forma a ressignificar o século 21, inserindo o Etnodesenvolvimento como categoria de análise, para além do campo conceitual.

A consolidação destas premissas está prevista com a implementação do plano de ação a seguir e pelo engajamento dos e das ativistas da Rede Solidária de Economia e Etnodesenvolvimento:

- promover a pesquisa ação como método;

- construir um modelo de organização econômico que possibilite um sistema de

troca de informações e ação, através da pesquisa ação e extensão protagonizada pelas comunidades.

- implementar a Rede de Etnodesenvolvimento e Economia Solidária em todo território latino americano;

- possibilitar o reconhecimento das ancestralidades pelos seus sujeitos históricos;

- promover ações que permitam o etnodesenvolvimento sóciocultural e economico das comunidades compostas por povos tradicionais;

- empoderar economicamente os trabalhadores dos setores econômicos: artesanato, catadores, produção estética; manifestações artísticas, capoeira, vestuário e outros;

- fomentar o diálogo entre as comunidades;

- ampliar e fortalecer a rede das comunidades no entorno dos municípios articulados pela rede no intuito de criar estratégias de auto-sustentabilidade baseando-se nos princípios do etnodesenvolvimento e da economia solidária;

- democratizar a informação e o conhecimento desenvolvido por meio das novas tecnologias: blogs, Web rádio e IPTV;

- desenvolver um modelo de comunicação que utilize as mídias digitais e democratize o conhecimento na criação de uma linguagem audiovisual e estética dos produtos e serviços;

- viabilizar formas de divulgar as informações necessárias aos trabalhadores nas comunidades em geral, no sentido de assegurar o conhecimento dos seus direitos, assim como a acessibilidade aos meios para concretiza-los;

- desenvolver estratégias de formação de agentes locais de etnodesenvolvimento;

- desenvolver instrumentais de planejamento econômicos, como plano de negócios, planejamento e plano de distribuição;

- incentivar a criacao de Bancos Comunitarios para o desenvolvimento e investimento local;

- propiciar uma política de capacitação e estimulo a participação da juventude das comunidades.

- criar oficinas que possibilitem a capacitação para o processo de organização dos setores econômicos;

- realizar curso de formação e capacitação para elaboração de projetos visando real acesso aos programas dos Governos;

- realizar cursos de capacitação para geração de renda e estabelecer parcerias com as municipalidades;

- desenvolver um IPTV comunitário para intensificar a comunicação e o acesso sócio-cultural-economico das novas tecnologias.

JUIZ DE FORA, 22 de março de 2009.

sábado, 21 de março de 2009

Entrevista com Paul Singer na Revista do Instituto Consulado da Mulher



Acessem o informativo completo no site do FBES/Consulado da Mulher

Raposa Serra do Sol em Festa!

Apesar das 19 condições impostas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) que decidiu, indígenas comemoram demarcação continua. Vitoria de 10 a 1.

O Supremo estabeleceu que os não-índios que ocupam a terra deverão deixá-la imediatamente. O Ministro Carlos Ayres Britto sera o supervisor da retirada e tera apoio do Tribunal Regional Federal da 1ª Região.

"Nós estamos tranquilos em relação a essa retirada, pois não seremos nós que vamos tirá-los, serão os órgãos competentes. Acreditamos que será uma saída pacífica e esperamos que ocorra imediatamente", afirma o líder indígena Djaci Makuxi.

Com relacao as condicoes apresentadas pelo STF, Djaci se mostra preocupado: "Essas condições prejudicam não só aqueles que vivem na Raposa Serra do Sol, mas outras comunidades indígenas também. Nós estamos analisando junto ao nosso advogado sobre o que pode ser feito, pois o Brasil assinou o Convênio 169 da OIT".

O Convênio 169 da Organização Internacional do Trabalho expressa que os governos deverão consultar os povos interessados, mediante procedimentos apropriados e em particular através de suas instituições representativas, cada vez que sejam previstas medidas legislativas ou administrativas suscetíveis de afetá-los diretamente. Algumas das imposições do STF aparentam violar esse dispositivo do Convênio.

A quinta condição declara: "O usufruto dos índios não se sobrepõe ao interesse da Política de Defesa Nacional. A instalação de bases, unidades e postos militares e demais intervenções militares, a expansão estratégica da malha viária, a exploração de alternativas energéticas de cunho estratégico e o resguardo das riquezas de cunho estratégico a critério dos órgãos competentes (o Ministério da Defesa, o Conselho de Defesa Nacional) serão implementados independentemente de consulta a comunidades indígenas envolvidas e à Funai".

Em seguida, a sexta ressalva indica: "A atuação das Forças Armadas da Polícia Federal na área indígena, no âmbito de suas atribuições, fica garantida e se dará independentemente de consulta a comunidades indígenas envolvidas e à Funai". Apesar de comemorar a vitória indígena, o Conselho Indigenista Missionário (Cimi) também demonstrou apreensão no que diz respeito a essas ressalvas.

"No entendimento do Cimi, o STF extrapolou o que foi pedido pelos autores da ação popular julgada, na medida em que estabeleceu uma normatização para todos os procedimentos de demarcação de terras indígenas no país. Tal condição deve ser entendida num contexto de cerceamento de direitos dos povos indígenas, das populações tradicionais, do campesinato e outras, em favor da expansão do interesse do capital privado no campo", afirma o comunicado da entidade.

A instituição considera que o êxito alcançado foi resultado da luta incansável dos povos daquela terra, que por mais três décadas vêm lutando por seus direitos com o apoio de uma grande rede de aliados e simpatizantes da causa indígena. No comunicado, o Conselho alertou ainda sobre os riscos que a restrição de direitos pode acarretar, como o acirramento de conflitos em razão da legítima defesa da posse da terra pelos povos e comunidades indígenas.

Fonte: Agencia Adital

terça-feira, 17 de março de 2009

Projeto Brasil Local contrata novos Agentes em Rondonia

O Projeto Brasil Local realiza atividades de Economia Solidária e conclui o processo de seleção de agentes em 05 municípios de Rondônia.

As agendas incluíram Cacoal, Ji-Paraná, Ouro Preto do Oeste, Costa Marques e Porto Velho, tratando desde seleção, apresentação dos objetivos do Projeto, metodologias e conceitos repassados aos/as novos/as agentes, representantes da comunidades, representantes da gestão publica local ate a realização de visitas aos empreendimentos e experiências.

Serão agentes empenhados na Promoção do Desenvolvimento e Economia Solidária em espaços comunitários urbanos e rurais, na perspectiva da organização do trabalho, empoderamento, ampliação da renda e preservação do meio ambiente.


OPO apos reunião com a comunidade

Em Cacoal apresentando Ecosol aos/as Candidatos e representantes da EMATER

Cooperfamilia - Cacoal

Equipe em Porto Velho apos reunião de planejamento. Também, o Presidente da Associação de Moradores do Bairro Sao Francisco.

Agentes que integram-se ao Projeto em 2009:

Porto Velho:
Anizia Fernandes
Janete Pereira
Silvestre dos Santos

Ouro Preto do Oeste:
Leila Maria de Aguiar

Ji-Parana:
Rosangela Reis

Cacoal:
Joselia Pierre

Costa Marques:
Sebastiao Rodrigues Filho

sexta-feira, 13 de março de 2009

Lula visita Porto Velho/RO

Image














Presidente Lula visita a Capital do Estado de Rondônia e fala a respeito da regularização fundiária, obras, empregos, mulheres, escolas técnicas e saúde.

Confira no site: www.portovelho.ro.gov.br

sábado, 7 de março de 2009

Homens Unidos pelo Fim da Violencia contra as Mulheres

08 de março: Em busca da memória perdida!

Fonte da imagem:
Cartilha Mulheres em Luta por uma Vida sem Violência
Sempre Viva Organização Feminista - SOF


Clique na imagem para acessar o texto.

Abertas as inscrições para a 16° Feira de Santa Maria

Fonte: Projeto Esperança Coesperança

projespcooesp@terra.com.brEste endereço de e-mail está sendo protegido de spam, você precisa de Javascript habilitado para vê-lo e FBES

A cidade de Santa Maria, coração do Rio Grande do Sul, já se prepara para a próxima edição da Feira Estadual do Cooperativismo (FEICOOP), que esse ano completa dezesseis anos! A Feira, que reúne empreendimentos de todo Brasil e da América Latina, acontecerá entre os dias 10 e 12 de junho de 2009.

Image Além da 16° FEICOOP, acontecem também a 5ª Feira de Economia Solidária do Mercosul, a 8ª Feira Nacional de Economia Solidária, a 9ª Mostra da Biodiversidade e Feira da Agricultura Familiar, o 5º Seminário Latino Americano de Economia Solidária e a 5ª Caminhada Internacional e Ecumênica pela Paz.

O evento é organizado pelo Projeto Esperança/Cooesperança da Diocese de Santa Maria, pelo Fórum Brasileiro de Economia Solidária, Secretaria Nacional de Economia Solidária/MTE, Cáritas Brasileira, Instituto Marista de Solidariedade, Fórum Gaúcho de Economia Solidária e Prefeitura Municipal de Santa Maria.

Orientações sobre a Feira e ficha de inscrição disponíveis no site do FBES (Clique Aqui).

As Metamorfoses do Trabalho e da cooperação produtiva

A economia popular e solidária na perspectiva da nova centralidade do trabalho.
Livro de Pedro Cláudio Cunca Bocayuva




Conheça o conteúdo clicando nos links abaixo:

Sumário
Apresentação
Agradecimentos
Introdução
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7

Extraido do sitio: Acompanhamento Proninc (CLIQUE AQUI) para acessar.

quinta-feira, 5 de março de 2009

LUX-09 - IV. Foro internacional - Globalización de la Solidaridad



Fecha inicio:
22/04/2009
Fecha fin:
25/04/2009

Tras cuatro años desde el encuentro de Dakar-05, se va a celebrar el IV Foro Internacional "Globalización de la Solidaridad", que organiza RIPESS (Red Intercontinental de Promoción de la Economía Social y Solidaria), y que va a reunir a más de 1.000 representantes del movimiento de la Economía Solidaria de todo el mundo.

Esta vez se organiza en el continente europeo, después de los encuentros Lima-97, Quebec-01, y Dakar-05. Por ello en esta ocasión hemos participado REAS - Red de Redes en la organización conjuntamente con otros representantes de redes de economía solidaria de Italia, Francia, Países Bajos, Bélgica y Alemania.

Diez años después del primer encuentro (doce hasta el Foro Lux’09) este será un momento estratégico para marcar un avance significativo.

Se trata:

* De poner en práctica la solidaridad
* De comprobar el sentido del funcionamiento en forma de red
* De preguntarnos cómo y con qué recursos estas experiencias respetan a las personas y al entorno
* De promocionar y experimentar a gran escala las innovaciones defendidas por la ESS, de darles el valor que merecen y de iniciar nuevas formas de cooperación en el futuro.

Lux’09 será la ocasión de aprovechar el potencial de la experiencia adquirida, de valorar su importancia y de multiplicarla. Compartir los conocimientos, las maneras de hacer las cosas y facilitar el acceso para todas/os es el mejor modo de progresar en la perspectiva y en la filosofía que defendemos. Esta es la razón por la que todos los talleres van a trabajar sobre cuatro objetivos transversales:

1. Acercarse a la realidad de las/os actoras/es de terreno, conjugar las ideas y la práctica en un intento de pragmatismo y enriquecerse con las experiencias de cada una/o tomando en cuenta las maneras de actuar y de pensar de unas/os y otras/os
2. Dar sentido al funcionamiento en red y cuestionarse sobre la mejor manera de hacerlo
3. Reforzar los lazos existentes, mejorar la calidad de la relación entre las/os actoras/es. Una ocasión como esta permite, a cada región y entre regiones, a cada país y entre países, a cada continente y entre continentes, inventar nuevas iniciativas de manera conjunta.
4. Valorar la dimensión innovadora de nuestras actividades y estimar los desafíos a los que estamos confrontados.

Finalmente, debe tratarse un quinto elemento clave para el futuro: cómo garantizar la supervivencia económica de estas iniciativas y su permanencia en la red RIPESS.

La economía social y solidaria ofrece perspectivas sostenibles para el futuro del mundo y debería contar con más apoyo en las políticas económicas. Queda mucho trabajo por hacer para desarrollar estas iniciativas y consolidar la red.... suficiente para escribir muchos más capítulos.

Las preinscripciones en el estado español se pueden realizar a través de REAS en la página web http://www.reasnet.com/lux09

Boletín con el programa y detalles de logística en este ENLACE

Lugar de la actividad:
Esch-sur-Alzette (Luxemburgo)

Programação do Mes da Mulher em Porto Velho











Clique na imagem para ampliar.

quarta-feira, 4 de março de 2009

Aberto Edital para contratação de apoio ao Fórum Rondoniense de Economia Solidária

A Escola de Formação Norte - Chico Mendes/CUT, no âmbito do Projeto de Fortalecimento do Fórum Rondoniense de Economia Solidária, apoiado pelo FNS/Cáritas, abre contratação para 01 (uma) Assessoria Técnica Estadual.

Acessem o Edital AQUI

Economia Solidária na Semana da Mulher

O Encontro Lilás é um evento promovido pelo Projeto Brasil Local, Conselho Estadual de Saúde, Fórum de Economia Solidária e pretende um panorama de resgate, conceitos e discussões afirmativas para o segmento de mulheres trabalhadoras, na perspectiva da Economia Solidária, autonomia, soberania e qualidade de vida.

O Projeto Brasil Local tem em suas prioridades, atender o segmento de mulheres trabalhadoras da Economia Solidária para organização de empreendimentos coletivos autogestionarios, também empoderamento. Neste vies e queremos estabelecer um debate e dialogar com outros segmentos as varias dimensões da vida social, para compreensão das dificuldades que as mulheres enfrentam no trabalho, na família, na política, nas relacões de gênero etc. Construir uma agenda política para 2009 também é objetivo do Encontro.

Esta atividade, em virtude de realizar-se no município de Porto Velho, recebe apoio e integra a agenda da Coordenadoria Municipal de Políticas Publicas para Mulheres, que promove Cursos, Palestras, Encontros, Caminhadas em vários bairros.

Segue o Convite:



Programação:

8h - Abertura

Homenagem as mulheres

8h e 10min. - Apresentação 1
Mulher, Saúde e Bem Estar - SANDRA

8h e 30min. - Apresentação 2
Resgatando o 08 de marco - MARIA CECILIA FILIPINI (BIA)

8h e 50min. - Apresentação 3
Mulher, Poder e Democracia: uma articulação necessária - MARIA ANDRADE

9h e 10min. - Apresentação 4
Gênero e Economia Solidária - ANDREA MENDES

9h e 30min. - Apresentação 5
Autonomia e Soberania - MARIA CECILIA FILIPINI (BIA)

9h e 50min. - Debates

10h e 10min. - Lanche e Apresentação Cultural

10h e 30min.– Inicio dos trabalhos de grupo

11h e 45min. - Apontamentos para 2009

12h - Encerramento